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O Trapalhão

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Conhecido por colocar "is" no final das palavras, Mussum foi um dos protagonistas de "Os Trapalhões". Foi com esse papel que Antônio Carlos cravou de vez sua fama de humorista, embora negasse ter talento para a profissão. Ao lado de Renato Aragão, Dedé Santana e Mauro Gonçalves, o carioca gravou 25 filmes e incontáveis esquetes de humor. Tudo isso sob o nome do maior quarteto da história da comédia nacional. Mas, assim como na carreira de músico, nos Originais do Samba, Antônio ganhou, nos "Trapalhões", não só uma legião de fãs, como também algumas dores de cabeça, com o impacto de sua fama e brigas por dinheiro entre o elenco.

O voto-bomba que abalou os Três Poderes

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Na votação da Proposta de Emenda Constitucional que limita os poderes dos ministros do STF, um voto foi especialmente decisivo para a vitória do texto por 52 a 18: o do líder governista, o senador Jaques Wagner (PT-BA). Descrito como “surpresa” e como “traição”, o “sim” do petista estremece a relação do governo Lula com a Suprema Corte e aumenta o risco de combustão em Brasília: os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso subiram o tom contra o Senado; e o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) retrucou. Para analisar a tensão entre os Três Poderes, Natuza Nery conversa com os jornalistas Gerson Camarotti, comentarista da Globonews e da TV Globo e colunista do g1, e Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal Valor Econômico e comentarista da rádio CBN. Neste episódio: - Camarotti relata a conversa que teve com Jaques Wagner logo após o voto dele no plenário. “Nunca havia visto o senador tão abatido. Ele justificou que a negociação tornou o texto mais palatável”, conta. “Ele vai conseguir ajuda para pauta econômica do governo, mas arrumou um problemão com o Supremo”. E Maria Cristina pondera que “o governo não pode ser acusado de ter feito corpo mole”, afinal votou majoritariamente contra a PEC; - Maria Cristina avalia que o voto do senador petista pode sinalizar “uma ponte com a oposição”. “Mas, do ponto de vista prático, o que houve foi o fortalecimento da direita bolsonarista”, acrescenta Camarotti, que aponta também os interesses pessoais do presidente do Senado em meio à votação. “Eu conversei com Pacheco, e ele disse: ‘não vou parar por aí’”, conta; - Os dois jornalistas concordam que, com a aprovação do texto no Senado, o governo Lula sai perdendo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) é quem ganha. E, para Maria Cristina, os votos conferidos ao Congresso dão à instituição a legitimidade “de representar politicamente o Brasil” - que, afirma, é majoritariamente conservador e “não se identifica” com o Supremo; - Camarotti revela como as ameaças veladas de Pacheco para abrir processos de impeachment contra ministros do STF “incomodam, e muito, a Corte”. “E, para o governo, é horrível acontecer esse tipo de enfrentamento”, conclui.

O cessar-fogo entre Israel e Hamas

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Em quase 50 dias de guerra, israelenses e palestinos na Faixa de Gaza vivem sob a tensão de ataques aéreos e lamentam a morte de aproximadamente 15 mil pessoas – cerca de 14 mil do lado palestino e 1.200 em Israel. Neste período, diversas tentativas de mediação não tiveram sucesso e mesmo uma resolução no Conselho de Segurança da ONU não surtiu efeito prático. Agora, pela primeira vez, Israel e Hamas anunciam um acordo de trégua e de troca de prisioneiros palestinos por reféns israelenses – numa lógica de 3 para 1, com início previsto para sexta-feira. Para explicar o atual estágio do conflito e o que se espera para as próximas semanas, Natuza Nery conversa com Guga Chacra, comentarista da TV Globo, da GloboNews e da rádio CBN e colunista do jornal O Globo. Neste episódio: - Guga esclarece o importante papel desempenhado pelo Catar nas negociações entre Israel e Hamas: “Há muito tempo, os EUA usam o Catar para dialogar com atores hostis”. E recorda que o país sempre funcionou como canal de comunicação entre os americanos e até os israelenses com o Hamas; - Ele aponta como a pressão externa (inclusive de países parceiros, como os EUA) e a pressão interna (de famílias de reféns do Hamas) influenciaram o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a aceitar o acordo de cessar-fogo; - Guga descreve quem são os prisioneiros palestinos em Israel – muitos deles mulheres e adolescentes sem acusações formais – e quais são as regras combinadas entre as lideranças do país e do Hamas para as trocas. “Essa primeira troca vai permitir pelo menos que crianças e mulheres sejam libertadas”, afirma; - O jornalista faz o balanço dos avanços do exército israelense sobre as cidades do norte da Faixa de Gaza e da crise humanitária que se abriu na região, onde mais de 2 milhões de pessoas não têm para onde ir. “E não está muito claro o que vem pela frente”, resume.

Congresso e Supremo: a queda de braço

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Depois de quatro anos de ataque aberto do Executivo contra o Supremo Tribunal Federal, a Corte agora lida com uma artilharia mais sutil por parte do Senado. Está marcada para esta quarta-feira (22) a votação da Proposta de Emenda à Constituição, protocolada em 2021, que limita os poderes do Tribunal – reduz o alcance de decisões monocráticas e o tempo para pedido de vista. Para explicar o que o texto propõe e as consequências dele para o futuro do Judiciário, Natuza Nery conversa com o jornalista Felipe Recondo, sócio-fundador da plataforma Jota e autor de três livros sobre o Supremo. Neste episódio: - Recondo defende que, de fato, cabe ao Supremo intervir em atos e ações do Congresso e do Executivo – e avisa que invariavelmente as decisões da Corte vão gerar desagrado nas partes derrotadas. “Me parece que o Congresso está reclamando do mérito das decisões, e não dos procedimentos”; - Ele questiona se a PEC será uma medida benéfica ao bom funcionamento da Corte porque, com o texto, o Senado “quer colocar limites rígidos na Constituição”. E pondera que o STF já “vem fazendo sua autocrítica e propondo mudanças”; - O jornalista comenta também a proposta que visa limitar os mandatos dos ministros do Supremo: “Isso pode fazer com que presidentes mudem o cálculo para as indicações”. E lembra que há defesas de fórmulas que reduzam o tempo de Corte para evitar mandatos de até 30 anos; - Recondo lista as críticas legítimas ao STF – como excesso de decisões monocráticas e falta de transparência nas decisões – e lamenta que “o processo necessário de aperfeiçoamento da Corte pelo Congresso se misture com interesses que parecem revanchismo”.

Milei eleito e a relação Brasil-Argentina

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O economista ultraliberal derrotou Sergio Massa com uma vantagem larga. Agora eleito, manteve suas promessas de dolarizar a economia, acabar com o Banco Central e prometeu visitar Donald Trump nos EUA antes da posse, marcada para o dia 10 de dezembro. A vitória de Milei inaugura uma nova fase na política argentina, e pode abrir também uma nova era na relação com o Brasil, com o Mercosul e com importantes parceiros comerciais. Para entender as consequências da vitória de Milei e os desafios do novo governo, Natuza Nery conversa com Marcos Azambuja, que foi embaixador na Argentina entre 1992 e 1997, serviu na França e hoje é conselheiro emérito do Cebri, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais. Neste episódio: - Azambuja classifica Milei como “intensamente ideológico” e interpreta os primeiros sinais dados pelo presidente eleito, como a ideia de privatizar estatais e acabar com o Banco Central: “uma coisa é a campanha, outra coisa é governar, o exercício com os limites do poder, do que é possível e adequado”, diz; - O embaixador avalia como ficam as relações entre Brasília e Buenos Aires. Ele lembra que “nem o Brasil nem a Argentina foram inventados ontem”, ao sinalizar a tradição de diálogo entre os dois países. “Cabe ao Brasil ter a preocupação de ser sensato”, afirma, ao analisar o fato de o presidente Lula não ter citado nominalmente Milei na mensagem que reconheceu o resultado da eleição; - Azambuja aponta os entraves que o presidente eleito terá para colocar em prática suas promessas. “O grande desafio é operar dentro do peronismo”, diz. Para ele, Milei terá o desafio de conviver com o Congresso, sem maioria política. Mas pondera como “a vitória [eleitoral] tem poder de atração” de apoio; - Ele conclui que o Brasil deve dar o exemplo da moderação em relação às declarações de Milei sobre o Mercosul: "O Brasil não deve cair em nenhuma armadilha de responder”. Para ele é importante não destruir o acordo entre países do bloco já que “o Mercosul fracassou como projeto de união alfandegária, mas teve grande sucesso como criador de confiança recíproca".

Desafios da Bancada Negra no Congresso

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A luta pela participação de negros na política brasileira começou ainda no início do século 19. Em 1828, o advogado Antônio Pereira Rebouças foi eleito deputado e se tornou o primeiro negro a integrar a elite política. Um século depois, Antonieta de Barros foi eleita deputada em Santa Catarina. Hoje, pretos e pardos são 56% da população, mas a representatividade no Congresso não chega a 30%. E no início deste mês, a Câmara aprovou a criação da Bancada Negra, da qual faz parte a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), representante histórica da causa pela igualdade racial no país. Benedita é a entrevistada de Natuza Nery no Dia da Consciência Negra. Neste episódio: - Benedita relata sua emoção ao ver oficializada a criação da Bancada Negra na Câmara. “Na Constituinte, nós tivemos uma primeira bancada e conseguimos direitos fundamentais”, recorda, ao mencionar os então deputados Paulo Paim (PT-RS), Edmilson Valentim (PC do B-RJ) e Carlos Alberto Caó Oliveira dos Santos (PDT-RJ). “Agora, 35 anos depois, conseguimos uma bancada definitiva”, celebra; - A deputada conta os desafios enfrentados dentro da Câmara para que a bancada fosse reconhecida e defende que “não há lugar melhor” do que o Congresso para o debate sobre políticas de inclusão. “Nós cobramos do Estado que ele seja um Estado antirracista”, afirma; - Benedita critica a chamada “PEC da Anistia”, que será votada na Câmara e perdoa partidos que não cumpriram cotas de candidaturas de mulheres e pessoas negras – o total das multas poderia alcançar quase R$ 23 bilhões. “Nós queremos o financiamento de campanha e espaço nos programas”, explica; - Ela também justifica por que defende a nacionalização do feriado para o Dia da Consciência Negra: “Zumbi dos Palmares não foi só um herói da causa negra, mas um herói da pátria brasileira”.

Lula e a escolha do novo procurador-geral

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Desde que acabou o mandato de Augusto Aras na PGR, em 26 de setembro, o mais alto cargo do Ministério Público Federal ficou sob o comando interino da subprocuradora Elizeta Ramos. Cabe ao presidente da República a indicação do novo procurador-geral (nome que precisa ser aprovado em sabatina no Senado), que tem 2 anos de mandato e função determinante na investigação de crimes e malfeitos no Executivo e Legislativo. No momento, três subprocuradores despontam como favoritos pela preferência de Lula (PT): Paulo Gonet, Antonio Bigonha e Aurélio Rios. Para analisar a indicação à PGR e a responsabilidade do cargo, Natuza Nery conversa com o cientista político Fernando Luiz Abrucio, professor da FGV-SP, e com o jurista Conrado Hubner Mendes, professor de direito constitucional da USP e autor do livro “O discreto charme da magistocracia: vícios e disfarces do judiciário brasileiro”, que será lançado na próxima terça-feira (21). Neste episódio: - Abrucio e Conrado elencam os motivos pelos quais Lula deixou a decisão pelo nome do PGR em segundo plano durante semanas – e também porque ele teve que dar prioridade a esta indicação nos últimos dias. “Está em jogo que tipo de maioria política Lula vai ter no Congresso”, afirma Abrucio. “Pela primeira vez na história, as indicações jurídicas passaram a entrar na conta política”, completa Conrado; - Os dois analisam qual o perfil desejado por Lula para a PGR. Para o cientista político, o presidente procura um “meio termo entre [Rodrigo] Janot e [Augusto] Aras”, que se dedique ao episódio dos atos golpistas de 8 de janeiro. Já Conrado comenta o tamanho da influência de grupos anti-lavajatistas nesse processo e justifica sua expectativa por um “PGR pouco autônomo”; - O jurista lamenta que Lula tenha ignorado os nomes apontados na lista tríplice do MPF e avalia o nome dos três favoritos à indicação para a PGR; - Abrucio avalia o papel do Ministério Público no sistema de Justiça brasileiro e no tabuleiro de poder: “Um conjunto de atores imaginou que poderia substituir os políticos. Um projeto autoritário”. Nesse contexto, afirma, o novo PGR não deverá bater de frente com o sistema político.

Calor extremo - o risco à população de rua

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Todo o país vive uma sequência de temperaturas recordes – que podem definir, inclusive, o ano mais quente entre os últimos 125 mil. E quando os termômetros registram mais de 40°C (com sensação térmica muitas vezes superior a 50°C), aqueles que estão em situação de vulnerabilidade sofrem mais. Estima-se que, hoje, o Brasil tenha mais de 280 mil pessoas vivendo nas ruas, com dificuldade em acessar condições básicas de higiene e até água potável. Para saber o que pode ser feito, Natuza Nery entrevista Priscila Cursi, médica intensivista que atende a população de rua há 3 anos com o projeto Médico nas Ruas, e Denise Duarte, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e pesquisadora do Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética da mesma instituição. Neste episódio: - Priscila fala sobre o aumento da população de rua em São Paulo desde o início da pandemia: “Hoje vemos um maior número de famílias com crianças”. Ela também relata as principais queixas médicas dos moradores, e fala como as altas temperaturas vulnerabilizam ainda mais a saúde deles. “Acima de 40°C é suficiente para que tenham desidratação, insolação e queimaduras de pele. E pode levar à morte”, afirma; - Denise comenta as medidas emergenciais tomadas por cidades como São Paulo para lidar com o calor excessivo: “São medidas necessárias, mas é preciso avançar para mudanças estruturais”. E destaca a importância da criação de “oásis urbanos” e do fornecimento de água potável a toda população; - Ela também apresenta os desafios para a criação de políticas públicas voltadas ao conforto térmico e informa como cidades de Estados Unidos, França e Espanha vêm trabalhando para a instalação de “cooling places” (centros de resfriamento). “São ações de adaptação, não de mitigação climática”, conclui.

Cotas: o desafio de manter alunos nas universidades

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O presidente Lula (PT) sancionou nesta segunda-feira (13) a atualização da Lei de Cotas, vigente desde 2012. O novo texto amplia o número de ministérios responsáveis pelo acompanhamento da política de cotas, altera o recorte econômico para alunos de baixa renda e permite ao cotista concorrer também nas vagas destinadas à ampla concorrência. Mas os especialistas em educação apontam que ainda faltam políticas permanentes para a manutenção desses alunos dentro das universidades. Para apontar os desafios e as possíveis soluções, Natuza Nery conversa com o sociólogo Luiz Augusto Campos, professor da UERF e coordenador do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa na mesma instituição, e Ludhmila Hajjar, professora titular da Faculdade de Medicina da USP, onde também coordena o programa de pós-graduação em cardiologia. Neste episódio: - Luiz elogia a atualização na Lei de Cotas, agora mais bem focalizada para alunos de baixa renda, e comenta as taxas de evasão dos estudantes cotistas nas universidades – que, atualmente, são menores que a de não-cotistas. “As políticas de permanência ajudam a reduzir ainda mais essa evasão”, afirma; - Ele aponta 3 razões para a não permanência de alunos de baixa renda no ensino superior: falta de recursos, complexidade burocrática e ausência de um programa unificado nacional; - Ludmila afirma que a Lei de Cotas tornou a “universidade mais plural e a aproximou muito mais da sociedade”, e avalia como positivos os novos dispositivos da lei, que acrescenta quilombolas entre os beneficiários e amplia as cotas para os cursos de pós-graduação; - A médica comenta a expectativa que tem sobre como a ampliação das cotas para o desenvolvimento de pesquisas nas universidades “pode trazer respostas imediatas a problemas crônicos da sociedade”. E alerta para a necessidade de ampliar o acesso também ao mercado de trabalho.

Nova lei das PMs – controle e transparência em xeque

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A lei que organiza e unifica, em nível nacional, as Polícias e Bombeiros Militares – foi aprovada pelo Congresso e agora depe de sanção presidencial. O texto, apresentado pela primeira vez em 2001 e que atualiza a legislação nacional sobre as corporações após mais de 5 décadas, teve ampla aprovação na Câmara e no Senado, mas enfrenta críticas de especialistas em segurança pública. Um deles é o entrevistado de Natuza Nery, Adílson Paes de Souza. Ele foi policial militar por 30 anos em São Paulo, onde se aposentou como Tenente-Coronel, e é mestre em direitos humanos e doutor em psicologia pela USP. Neste episódio: - Adílson justifica por que a lei aprovada no Congresso pode ser considerada “antidemocrática”: “Ela só revoga alguns artigos e dispositivos do decreto-lei nº 667, de 1969 – um texto que tem o AI-5 como fundamento”. Para ele, trata-se da manutenção de uma política de “hipermilitarização da Polícia Militar”; - O PM aposentado avalia que a nova lei, caso não sofra vetos, pode incentivar outros estados a repetirem a experiência do Rio de Janeiro na gestão da segurança pública - sem uma secretaria dedicada, os comandantes das polícias Civil e Militar deliberam diretamente com o governador. “Seria uma instância a menos de controle e coordenação das atividades das polícias”, afirma; - Doutor em psicologia social, ele comenta pesquisas que demonstram “o fator organizacional das polícias como o maior fator de risco para suicídio entre policiais” - fator mais determinante, inclusive, que os danos na saúde mental decorrentes de situações de estresse e perigo; - Adílson aponta a unificação das polícias Civil e Militar em uma só corporação como uma das soluções para a crise de segurança pública. “E a lei é a sedimentação de duas polícias a nível estadual”, afirma. “Ou seja, não é militarizando a polícia que vamos resolver o problema da criminalidade. Esse erro, estamos cometendo há 40 anos”, conclui.

Carlinhos do Reco-Reco

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Aos 23 anos, Carlinhos do Reco-Reco não sabia se deveria largar a vida no Brasil para embarcar numa turnê no México, sua primeira grande oportunidade como músico. Apesar da incerteza, topou o convite e, ao contrário de suas expectativas, teve uma turnê desastrosa. Depois de explorar terras mexicanas, Mussum faria outros shows internacionais, com os Originais do Samba, grupo que integrou por 14 anos. Numa dessas turnês, o artista assistiu a um show da banda de rock britânica Mungo Jerry e ficou fascinado pelo chamado banjo americano, instrumento que, tempos depois, ele e o cantor Almir Guineto, adaptariam. Fazendo uma engenhoca, os músicos criaram o banjo brasileiro, que, mais tarde, ficaria bem famoso no pagode dos anos 1980 e 1990.

O governo Lula depois da Reforma Tributária

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O placar do Senado registrou 53 votos a favor – apenas 4 a mais do que o mínimo necessário – e o texto que muda o sistema de tributos e impostos brasileiros foi aprovado na Casa. Ainda que o resultado tenha sido apertado e a versão final da proposta tenha mais exceções do que o desejado, trata-se de um feito do governo. Mas, internamente, cresce o atrito entre duas alas petistas: uma, liderada por Fernando Haddad, que busca uma política econômica mais austera; e outra, representada por Rui Costa, que quer mais recursos para gastos e investimentos. Para explicar o que tudo isso representa para o futuro do terceiro mandato de Lula, Natuza Nery conversa com Miriam Leitão, jornalista da TV Globo, GloboNews, jornal O Globo e rádio CBN, e Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia pela Universidade de Oxford, colunista do jornal Folha de S.Paulo e autor do livro “PT, uma história”. Neste episódio: - Miriam e Celso concordam sobre a importância histórica da reforma. “Vários governos, de várias orientações ideológicas, já tentaram fazer. Então é uma grande realização”, lembra Celso. “O governo Lula tem o simbolismo de enterrar o sistema tributário imposto na ditadura”, afirma Miriam; - A jornalista também avalia que a aprovação é “uma grande derrota” para a oposição bolsonarista. “O ex-presidente foi a campo, falou com as bases e até o Ciro Nogueira (PP), ex-chefe da Casa Civil, votou a favor e elogiou a reforma”, lembra Miriam; - Celso relaciona a reforma a uma possível “tomada de consciência do establishment brasileiro” em prol de um modelo mais eficiente de capitalismo para o país. E Miriam alerta para a necessidade de incluir as mudanças climáticas e as pautas verdes na agenda econômica; - A dupla comenta ainda a rixa entre os ministros da Casa Civil e da Fazenda. Celso recorda que se trata de uma “coreografia previsível” - o mesmo acontecera entre José Dirceu e Antonio Palocci no governo Lula 1. Para Miriam, pior do que as intrigas de bastidores, foi a fala de Lula sobre o não cumprimento da meta fiscal em 2024. “Um ministro fraco não aprova as medidas dele, que são boas e vão acabar com privilégios na economia”, conclui.

A cultura da busca pelo corpo perfeito

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Aos 29 anos, a influenciadora digital Luana Andrade foi vítima de uma parada cardiorrespiratória, consequência de uma cirurgia de lipoaspiração nos joelhos. A morte de Luana trouxe à tona mais uma vez o risco ao qual milhares de pessoas se submetem em procedimentos de finalidade estética - uma realidade bastante brasileira; o país é o segundo no mundo no ranking de cirurgias plásticas. Para analisar essa cultura, Natuza Nery entrevista a psicanalista Joana Novaes, professora da Universidade Veiga de Almeida e coordenadora do núcleo de doenças da beleza na PUC-RJ. Neste episódio: - Joana sentencia que o corpo define nossa posição de “ganhador ou perdedor” na sociedade: “Nossa aparência traduz a boa gestão que fazemos do tempo, do dinheiro e da produtividade”; - Ela comenta dois fenômenos: a onda de casos de quem arrisca a vida em cirurgias de fins estéticos e o crescimento dos movimentos a favor da diversidade dos corpos. “As redes sociais têm a dupla função de disseminar padrões estéticos e de servir como resistência e militância”, resume; - Joana também explica por que a busca por um corpo supostamente perfeito é uma questão de saúde pública e um “problema de classe e econômico”. “Não há transtorno dismorfo-corporal e alimentar que não seja dentro de um quadro compulsivo e depressivo”, afirma; - A psicanalista avalia que há uma sobreposição do “valor de mercado” dos corpos em relação ao “valor da vida”: “Nesse sentido, a banalização do risco das operações é sedutora”.

Falsos nudes: a Inteligência Artificial em deepfakes

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O caso das meninas de uma escola tradicional do Rio de Janeiro expõe um crime que tem se tornado comum: o uso de aplicativos para manipular fotos e produzir imagens íntimas falsas. Celebridades também já foram vítimas - no caso mais recente, o alvo foi a atriz Isis Valverde. Deepfakes produzidas a partir de Inteligência Artificial, cujo acesso está mais fácil e barato, abrindo portas para toda sorte de crimes. Para entender como o mal-uso da IA pode ser danoso, Natuza Nery conversa com Bruno Sartori, pioneiro na produção de material com uso de Inteligência Artificial, e com Patrícia Peck, advogada especialista em Direito Digital. Neste episódio: - Bruno explica como ferramentas simples e acessíveis permitem a criação de diferentes tipos de conteúdo “em apenas um clique”, usando Inteligência Artificial. “Tem os prós e os contras, depende de quem está usando”, exemplifica, ao citar a possibilidade de criar desde músicas e vozes até conteúdo pornográfico e notícias falsas; - Ele aponta a necessidade de conscientizar a população sobre a possibilidade de conteúdos serem alterados. “Quando a pessoa vê um conteúdo realístico, porém falso, ela acredita”, diz, ao sinalizar a necessidade de redes sociais marcarem imagens e vídeos produzidos via Inteligência Artificial; - Patrícia detalha como o uso não autorizado de imagens é um ato ilícito. “Ao produzir uma imagem não autorizada, o primeiro crime relacionado é contra honra”, diz, ao citar difamação e injúria da vítima; - A especialista em Direito Digital analisa como o Brasil “perdeu uma janela de protagonismo” na legislação sobre o tema. “Você pode ter uma geração que queira fazer justiça com o próprio mouse”, diz, ao apontar a necessidade de atualizar as leis sobre esse tipo de crime no país.

Amazônia sufocada pela fumaça

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Uma onda densa de fumaça cobre Manaus e deixa o ar praticamente irrespirável. Uma crise ambiental provocada pelas queimadas – cuja temporada começa em agosto – e agravada pela seca histórica que atingiu o Rio Negro nos últimos meses. Tudo somado ao calor intenso provocado pelo El Niño. A situação só não é pior porque os níveis de desmatamento estão em queda. Para entender as causas do problema, e como as queimadas e os incêndios florestais aceleram as mudanças climáticas, Natuza Nery conversa com Alexandre Hisayasu, repórter da Globo em Manaus, e com Ane Alencar, diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Neste episódio: - Alexandre descreve o que mudou na paisagem manauara, região onde o número de focos de queimadas mais que dobrou em 2023 em relação ao ano passado: “Nós conseguíamos visualizar o Rio Negro e cidades da região metropolitana. Hoje, só vemos uma nuvem cinza”; - Ane explica por que, embora o desmatamento na Amazônia tenha caído mais de 40% em 2023, o número de focos de incêndios subiu. “Depende de três fatores: clima favorável, material combustível e fonte de ignição”, resume. “Agora, imagine se casássemos as condições climáticas desse ano com o desmatamento do ano passado. Seria muito mais catastrófico”; - Ela aponta dois caminhos para reduzir o fogo na Amazônia: o combate ao desmatamento ilegal e os incentivos para o não uso do fogo na pecuária. “Principalmente nas áreas que já foram desmatadas”, conclui.

O drama das crianças no conflito do Oriente Médio

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O dia 7 de outubro ficou marcado pelo mais violento ataque terrorista já sofrido por Israel. Membros do Hamas invadiram o país, executaram cerca de 1.400 pessoas e sequestraram mais de 200 – entre as vítimas, dezenas de crianças, cujo paradeiro é desconhecido até hoje. A reação do governo israelense sobre a Faixa de Gaza teve interrupção no fornecimento de água, comida e eletricidade e bombardeiros em áreas civis, que resultaram na morte de milhares de pessoas, boa parte delas, segundo organizações internacionais, menores de 17 anos. Para falar da situação das crianças na guerra e seus traumas para a posteridade, Natuza Nery entrevista Ricardo Pires, porta-voz do Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, em Nova York (EUA).

O futuro do embate entre Lula e Bolsonaro

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Nesta quarta-feira (1), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o Jair Bolsonaro (PL) à inelegibilidade mais uma vez, agora por abuso de poder político nos eventos oficiais de 7 de setembro – ele e o candidato a vice, Braga Netto (PL), ficam sem poder disputar eleições até 2030. Em Brasília, o presidente Lula (PT) vem enfrentando um Congresso mais resistente a seu programa de governo do que em seus mandatos anteriores. Em comum, os dois olham para 2024 com as eleições municipais na mira. Numa conversa a três sobre política, Natuza Nery recebe Vera Magalhães, colunista do jornal O Globo, comentarista da rádio CBN e âncora do Roda Viva, da TV Cultura, e Thomas Traumann, colunista da revista Veja e do Poder 360. Neste episódio: - Vera fala sobre a mais recente condenação do ex-presidente que, agora, já deve enfrentar como “favas contadas” o fato de não ser candidato em 2026 – para ela, o objetivo de Bolsonaro passa a ser “manter a tropa unida”. E, para Thomas, o que resta a ele é “imitar Lula e tentar construir a imagem de que o bolsonarismo é alvo de perseguição”; - A dupla comenta os potenciais impactos da atuação tanto de Lula quanto de Bolsonaro nas eleições municipais do ano que vem – e destaca o papel da corrida eleitoral no Rio de Janeiro neste contexto, sobretudo depois da inelegibilidade de Braga Netto (PL). “Bolsonaro perdeu uma eleição e teve a liderança enfraquecida”, avalia Vera; - Os dois comparam os primeiros meses do mandato de Lula com os seus governos anteriores. “Ele não esperava essa resiliência do bolsonarismo e nem um Congresso tão empoderado como esse”, afirma Vera. “O governo Lula, para cada problema novo tem uma ideia velha”, resume Thomas; - Thomas comenta o hábito de Lula de observar de perto as pesquisas de aprovação - e como isso vai definir agendas para 2024. “Quando ele diz que no ano que vem não vai viajar e só ficará no Brasil, é resultado de pesquisa eleitoral”, relata.

Antônio Carlos

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Nascido na favela Morro da Cachoeirinha, na zona norte do Rio de Janeiro, um dos maiores nomes da TV, do cinema e da música brasileira se tornou ator quase que por acidente. Mesmo no auge da carreira de humorista, nos "Trapalhões", ele dizia não ter talento para atuação. O carioca foi parar na TV graças a sua paixão pelo samba, paixão esta que ele escondeu de muitos ao seu redor por um bom tempo, com medo de perder o cargo na Aeronáutica, onde trabalhou durante anos. O que Mussum não esperava, no entanto, é que sua aparição na telinha lhe levasse ao estrelato.

O estica e puxa em torno da meta fiscal

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Desde que o arcabouço fiscal foi apresentado pelo Ministério da Fazenda, a proposta de zerar o déficit primário já em 2024 foi recebida com ceticismo pelo mercado. Há meses, Fernando Haddad emprega esforços para aumentar receitas e equilibrar as contas da União, que esse ano vão ficar mais de R$ 100 bilhões no negativo. Até que na sexta-feira passada (27), o presidente Lula (PT) afirmou que será muito difícil cumprir a meta – o que abriu um descompasso com as falas de Haddad e gerou barulho no mercado financeiro. Para explicar as consequências da declaração do presidente na política fiscal do governo, Natuza Nery entrevista a economista Juliana Inhasz, professora do Insper. Neste episódio: - Juliana avalia que a meta “não é factível”: e que embora o governo busque novas fontes de arrecadação, ele também propõe mais gastos públicos. “É um governo mais caro diante de uma arrecadação que não cresce tanto assim”, resume; - Ela afirma que uma mudança na meta fiscal a essa altura faria com que o governo perdesse a credibilidade com os agentes do mercado e investidores. “Difícil desenhar cenário de Suíça para o Brasil. Ou seja, o mercado esperava um cenário mais realista”; - Juliana critica a “bateção de cabeça” entre ministro e presidente, sobretudo às vésperas da reunião do Copom que decidirá, nesta quarta-feira (1º), a taxa básica de juros: “Esse descompasso faz com que o mercado fique resistente e ruídos podem gerar pressões inflacionárias”; - A professora também comenta o papel do Congresso na busca por equilíbrio fiscal: “É muito perigoso. Pode haver um cenário de cada vez mais déficit”, conclui.

Israel x Hamas – crimes de guerra

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Desde o ataque terrorista do Hamas contra Israel no dia 7 de outubro, somam-se episódios de abuso contra o direito humanitário internacional. A começar pelo assassinato de civis e captura de reféns pelo grupo terrorista até a mais recente ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza – que vem sendo bombardeada e sofreu com o corte de água e energia elétrica. Para contar os últimos eventos da guerra e explicar os principais preceitos do direito humanitário, Natuza Nery conversa com a jornalista Paola de Orte, correspondente no Oriente Médio para a TV Globo e Globonews, e com Thiago Amparo, advogado, doutor, professor de direito internacional na FGV-SP e colunista do jornal Folha de S.Paulo. Neste episódio: - De Tel Aviv, em Israel, Paola relata os acontecimentos dos últimos dias no conflito: a ofensiva terrestre do exército de Israel sobre Gaza e o corte na comunicação dos palestinos, os desgastes políticos de Benjamin Netanyahu e a troca de ataque que viu in loco na cidade de Sderot. “Vemos fumaça cinza no céu e ouvimos o tempo todo o barulho das explosões”, resume; - Thiago justifica por que, para o direito humanitário internacional, independentemente da motivação da guerra é necessário que os dois lados respeitem as regras: “É para garantir regras básicas diante dessa realidade brutal e proteger civis e não-combatentes”; - Ele afirma que a regra da distinção é a “regra de ouro” do direito humanitário - ou seja, a diferenciação entre pessoas e coisas militares e civis. Thiago também comenta as regras da proporcionalidade e da precaução; - O professor opina sobre as violações humanitárias cometidas por Hamas e pelo Estado de Israel, como a captura e manutenção e reféns e a interrupção do acesso a água e energia. “O ataque indiscriminado a civis impõe sofrimento sistemático à população”, conclui.

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