-
A hegemonia do dólar: passado, presente e futuro.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-07-09 03:16
"The dollar is king," declared Donald Trump this Tuesday (8). He added: "we will keep it that way," saying that the loss of the US currency's hegemony would be equivalent to "defeat in a war." Trump's statements are a reaction to the BRICS, who, after the meeting hosted in Rio de Janeiro, published a document defending the use of local currencies in commercial transactions. It was immediately after the BRICS joint declaration that the US president threatened to tax countries that aligned with the group's policy – which he calls "anti-American." The use of local currencies is an old demand of the group, which puts at risk the economic and influence supremacy of the US in the global trade system. In this episode, Julia Duailibi receives the economist Octaviano Canuto, who was vice-president of the World Bank and executive director of the IMF, to explain the current moment of the dollar and what a de-dollarization of the economy would mean. Canuto, who is also a senior member of the Policy Center for the New South and professor at George Washington University, recalls when the dollar became the hegemonic means of negotiation between countries. He analyzes what the political and economic consequences would be if the American currency lost its global prominence.
Original title: A hegemonia do dólar: passado, presente e futuro
Original description: "O dólar é rei", declarou Donald Trump nesta terça-feira (8). E completou: "vamos mantê-lo assim”, ao dizer que a perda da hegemonia da moeda dos EUA seria equivalente à “derrota em uma guerra”. As declarações de Trump são uma reação aos Brics que, após o encontro sediado no Rio de Janeiro, publicaram um documento defendendo o uso de moedas locais em transações comerciais. Foi imediatamente após a declaração conjunta dos Brics que o presidente dos EUA ameaçou taxar países que se alinhassem com a política do grupo – que chama de “antiamericanas”. O uso de moedas locais é uma demanda antiga do grupo, o que põe em risco a supremacia econômica e de influência dos EUA no sistema de comércio global. Neste episódio, Julia Duailibi recebe o economista Octaviano Canuto, que foi vice-presidente do Banco Mundial e diretor-executivo do FMI, para explicar o momento atual do dólar e o que significaria uma desdolarização da economia. Canuto, que também é membro sênior do Policy Center for the New South e professor da Universidade George Washington, relembra quando o dólar passou a ser o meio hegemônico de negociação entre países. Ele analisa quais seriam as consequências políticas e econômicas de a moeda americana perder protagonismo global.
-
O maior ataque cibernético ao sistema financeiro brasileiro.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-07-08 03:16
Over R$ 500 million. This was the amount diverted from the BMP bank's so-called reserve accounts in just a harsh hour and a half during the early hours of last Wednesday (2). Hackers invaded the system of companies responsible for mediating transfers between banks and carried out the largest attack of its kind on the National Financial System (SFN). To explain how this mega attack was carried out, Natuza Nery talks to Darlan Helder, technology reporter for g1, and Ronaldo Lemos, chief scientist at the Institute of Technology and Society (ITS) of Rio de Janeiro. Darlan details how the offensive was carried out and the suspicions that fall on an IT technician from the technology company B&M. Arrested, he confessed to passing on to hackers his password to enter the confidential system that connects banks to PIX. In return, he says he received R$ 15,000. It was with his password that the criminals managed to divert millions of reais – TV Globo sources estimate that the amount could reach R$ 800 million. Afterwards, Ronaldo Lemos explains why, by targeting the “heart of the financial system”, the attack became so emblematic. Ronaldo assesses the loopholes in banks' security systems and points out what can be done to correct flaws. For him, it is necessary to create an "alarm" to alert when suspicious transactions are underway.
Original title: O maior ataque hacker ao sistema financeiro brasileiro
Original description: Mais de R$ 500 milhões. Este foi o valor desviado das chamadas contas de reserva do banco BMP em apenas duras horas e meia durante a madrugada da última quarta-feira (2). Hackers invadiram o sistema de empresas responsáveis por intermediar transferências entre bancos e fizeram o maior ataque do tipo ao Sistema Financeiro Nacional (SFN). Para explicar como este mega ataque foi feito, Natuza Nery conversa com Darlan Helder, repórter de tecnologia do g1, e com Ronaldo Lemos, cientista-chefe do Instituto Tecnologia e Sociedade (ITS) do Rio de Janeiro. Darlan detalha como a ofensiva foi feita e as suspeitas que recaem sobre um técnico de TI da empresa de tecnologia B&M. Preso, ele confessou ter repassado para hackers sua senha para entrar no sistema sigiloso que conecta bancos ao PIX. Em troca, ele diz ter recebido R$ 15 mil. Foi com a senha dele que os criminosos conseguiram desviar milhões de reais – fontes da TV Globo estimam que a quantia pode chegar a R$ 800 milhões. Depois, Ronaldo Lemos explica por que, ao mirar o “coração do sistema financeiro”, o ataque se tornou tão emblemático. Ronaldo avalia as brechas dos sistemas de segurança dos bancos e aponta o que pode ser feito para corrigir falhas. Para ele, é preciso a criação de um “alarme” para alertar quando transações suspeitas estão em curso.
-
Terapia com robôs.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-07-07 03:17
A recent Harvard magazine survey shows a surge in seeking therapeutic advice or even simulating therapy sessions in chatbots. This type of interaction ranks first in how people are using AI, according to the magazine's study. To understand how the use of artificial intelligence for therapeutic purposes is advancing in a field that seemed out of its reach, Natuza Nery talks to Paulo Beer, PhD in social psychology, visiting professor at USP and the Gerar Institute of Psychoanalysis. Paulo explains how “a perfect storm” stimulates the use of artificial intelligence by people with mental health issues. He believes that traditional therapies, done with human professionals, are the only ones capable of making the patient truly reflect on their pain and anguish. Then, the conversation is with Ilana Pinsky, author of the book "Emotional Health: how not to freak out in unstable times" and columnist for Veja magazine. Ilana, who was a professor at Unifesp and Columbia University (USA), talks about the results of a study done with approximately 200 people who were exposed to chatbots trained for therapeutic use.
Original title: Sessão de terapia: com robôs
Original description: Um levantamento recente de uma revista de Harvard mostra que está em alta a busca para aconselhamento terapêutico ou mesmo para simular sessões de terapia em chatbots. Esse tipo de interação está na primeira posição do ranking de como as pessoas estão usando a IA, segundo o estudo da revista. Para entender como o uso da inteligência artificial para fins terapêuticos avança em um campo que parecia fora do seu alcance, Natuza Nery conversa com Paulo Beer, doutor em psicologia social, professor convidado da USP e do Instituto Gerar de Psicanálise. Paulo explica como “uma tempestade perfeita” estimula o uso de inteligência artificial por pessoas com questões relacionadas à saúde mental. Ele avalia que as terapias tradicionais, feitas com profissionais humanos, são as únicas capazes de fazer o paciente refletir, de fato, sobre suas dores e angústias. Depois, a conversa é com Ilana Pinsky, autora do livro "Saúde Emocional: como não pirar em tempos instáveis" e colunista da revista Veja. Ilana, que foi professora da Unifesp e da Universidade de Columbia (EUA), fala sobre os resultados de um estudo feito com aproximadamente 200 pessoas que foram expostas a chatbots treinados para uso terapêutico.
-
O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal? What can Brazil do to get out of the fiscal mud?
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-07-04 03:16
Faced with an unfeasible 2023 budget, the newly elected Lula government negotiated a PEC with Congress that released around R$ 145 billion in spending; in return, the Executive branch should present a new fiscal rule to control public accounts. It came: the so-called fiscal framework was approved in the Legislature and even celebrated by part of the financial market. A little over two years later, it shows signs that it is not holding up. A multifactorial problem. The Executive insists on trying to seek fiscal balance only on the revenue side, by increasing the tax burden, without indicating how it will contain the growing increase in expenses. And ignores the structural problems of public accounts. Congress misses the opportunity to advance with an agenda capable of balancing the fiscal crisis and maintains a turbocharged budget under its control: R$ 50 billion this year alone, 25% of all the government's discretionary spending – a percentage that is far from the world average. The same is seen in the Judiciary, which costs 1.43% of Brazilian GDP, well above the average of emerging economies (0.5%) and advanced economies (0.3%). In this episode, Natuza Nery talks to Bruno Carazza to explain what can be done for Brazil to untie its fiscal knot. Commentator for Jornal da Globo and columnist for the Valor Econômico newspaper, Bruno dimensions the size of the Brazilian "bomb". He, who is also a professor at Fundação Dom Cabral, outlines alternatives to solve the problem and concludes how decisions taken by the three Powers increase public spending.
Original title: O que o Brasil pode fazer para sair da lama fiscal
Original description: Diante de um orçamento inexequível para 2023, o recém-eleito governo Lula negociou com o Congresso uma PEC que liberava gastos na casa dos R$ 145 bilhões; em contrapartida, o Executivo deveria apresentar uma nova regra fiscal para controlar as contas públicas. Ela veio: o chamado arcabouço fiscal foi aprovado no Legislativo e até celebrado por parte do mercado financeiro. Pouco mais de dois anos depois, ele dá sinais de que não para de pé. Um problema multifatorial. O Executivo insiste em tentar buscar o equilíbrio fiscal apenas pelo lado da receita, a partir da elevação da carga tributária, sem indicar como vai conter o crescente aumento das despesas. E ignora os problemas estruturais das contas públicas. O Congresso perde a oportunidade de avançar com uma agenda capaz de equacionar a crise fiscal e mantém um orçamento turbinado sob seu controle: são R$ 50 bilhões apenas neste ano, 25% de todo o gasto discricionário do governo – um percentual que foge, e muito, à média mundial. O mesmo se vê no Judiciário, que custa 1,43% do PIB brasileiro, muito acima da média de economias emergentes (0,5%) e de economias avançadas (0,3%). Neste episódio, Natuza Nery conversa com Bruno Carazza para explicar o que pode ser feito para que o Brasil desate seu nó fiscal. Comentarista do Jornal da Globo e colunista do jornal Valor Econômico, Bruno dimensiona qual o tamanho da “bomba” brasileira. Ele, que também é professor da Fundação Dom Cabral, desenha alternativas para solucionar o problema e conclui como decisões tomadas pelos três Poderes aumentam as despesas públicas.
-
P. Diddy: The music industry's big sex scandal
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-07-03 03:16
After almost two months of trial in a New York court, rapper and businessman Sean “Diddy” Combs heard the verdict. Among the charges were sex trafficking by force, transportation for prostitution, and conspiracy. He was found guilty of two crimes and acquitted of three others. After the verdict, P. Diddy's bail request was denied, and he will remain in custody awaiting sentencing. The sentence is expected in the coming months, and the penalty could be up to 20 years in prison. Imprisoned since September 2024, Diddy celebrated the verdict, as reported by correspondent Carolina Cimenti in conversation with Natuza Nery. The TV Globo reporter recounts the weeks of trial in one of the biggest sex scandals in the music industry. And explains what may happen from now on. Afterward, Natuza receives Kaique Mattos, journalist from g1 and hip hop content producer. Kaique recalls who P. Diddy is and his emergence in the music industry, with the creation of a large business empire. The journalist recounts how the first accusations against the rapper came to light and the behind-the-scenes of the parties organized by Diddy, precisely where many of the crimes were committed. Kaique also talks about how the case "turned a key" in the hip hop community.
Original title: P. Diddy: o grande escândalo sexual da música
Original description: Depois de quase dois meses de julgamento em um tribunal de Nova York, o rapper e empresário Sean “Diddy” Combs ouviu o veredito. Entre as acusações, estavam tráfico sexual por meio de força, transporte com fins de prostituição e conspiração. Ele foi considerado culpado por dois crimes e absolvido em outros três. Após o veredito, P. Diddy teve seu pedido de fiança negado, e vai continuar preso à espera da definição de suas penas. A sentença deve ser definida nos próximos meses, e a pena pode chegar a 20 anos de prisão. Preso desde setembro de 2024, Diddy comemorou o veredito, como relata a correspondente Carolina Cimenti na conversa com Natuza Nery. A repórter da TV Globo conta como foram as semanas de julgamento de um dos maiores escândalos sexuais da indústria da música. E explica o que pode acontecer a partir de agora. Depois, Natuza recebe Kaique Mattos, jornalista do g1 e produtor de conteúdo de hip hop. Kaique relembra quem é P. Diddy e seu surgimento na indústria musical, com a criação de um grande império de negócios. O jornalista conta como vieram à tona as primeiras denúncias contra o rapper e os bastidores das festas organizadas por Diddy, justamente onde muitos dos crimes foram cometidos. Kaique fala também de como o caso “virou uma chavinha” na comunidade do hip hop.
-
O governo Lula redobrando a aposta.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-07-02 03:16
After being defeated in Congress, the government decided to appeal to the Supreme Federal Court to restore the IOF increase. By filing an appeal with the STF, the government raises the political temperature with Congress and doubles down, assesses Thomas Traumann in conversation with Natuza Nery in this episode. A GloboNews commentator, the journalist assesses the government's political situation and the risks Lula runs by adopting the old "us versus them" tactic, by pitting rich against poor, as he did in his previous administrations. He also concludes what the country loses with the clash between the powers. Afterwards, Natuza talks with Mary Elbe Queiroz, a lawyer specializing in Tax Law. President of the National Center for Prevention and Resolution of Tax Conflicts (Cenapret) and founder of Queiroz Advogados, she explains the impacts of judicialization on the credibility of the Brazilian tax system.
Original title: O governo Lula dobrando a aposta
Original description: Depois de ser derrotado no Congresso, o governo resolveu recorrer ao Supremo Tribunal Federal para restabelecer o aumento do IOF. Ao entrar com um recurso no STF, o governo eleva a temperatura política com o Congresso e dobra a aposta, avalia Thomas Traumann em conversa com Natuza Nery neste episódio. Comentarista da GloboNews, o jornalista avalia a situação política do governo e os riscos que Lula corre ao adotar a antiga tática do “nós contra eles”, ao opor ricos e pobres, como fez em suas administrações anteriores. Ele conclui ainda o que o país perde com o embate entre os poderes. Depois, Natuza conversa com Mary Elbe Queiroz, advogada especialista em Direito Tributário. Presidente do Centro Nacional para Prevenção e Resolução de Conflitos Tributários (Cenapret) e fundadora do Queiroz Advogados, ela explica os impactos da judicialização para a credibilidade do sistema tributário brasileiro.
-
O arsenal dos CACs sob fiscalização da Polícia Federal.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-07-01 03:16
Until December last year, almost 950,000 people had some CAC registration, as hunters, shooters, and gun collectors are known in the country. These people have more than 1 million weapons – an amount 560% greater than 10 years ago, according to Army data provided to the Sou da Paz Institute. The increase in the number of weapons, however, was not accompanied by growth in inspection. From this Tuesday (1st), the Federal Police will be responsible for inspecting the CACs' arsenal. Previously, it was under the tutelage of the Brazilian Army. To understand what changes from this Tuesday, Natuza Nery talks to Andrei Rodrigues, general director of the Federal Police. And to explain the consequences of the exponential increase in the number of CACs in the country, Natuza listens to David Marques, project coordinator at the Brazilian Public Security Forum.
Original title: O arsenal dos CACs sob fiscalização da PF
Original description: Até dezembro do ano passado, quase 950 mil pessoas tinham algum registro de CAC, como são conhecidos os caçadores, atiradores e colecionadores de armas no país. Com essas pessoas estão mais de 1 milhão de armas – uma quantidade 560% maior do que 10 anos atrás, segundo dados do Exército fornecidos ao Instituto Sou da Paz. O aumento do número de armas, no entanto, não foi acompanhado pelo crescimento na fiscalização. A partir desta terça-feira (1°), a Polícia Federal passa a ser responsável por fiscalizar o arsenal dos CACs. Antes, estava sob a tutela do Exército Brasileiro. Para entender o que muda a partir desta terça-feira, Natuza Nery conversa com Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal. E para explicar as consequências do aumento exponencial do número de CACs no país, Natuza ouve David Marques, coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
-
A guerra invisível em África.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-30 03:16
A decades-long conflict has killed over 5 million people in the heart of Africa. In eastern Democratic Republic of Congo, armed militias clash in the deadliest war since World War II. The trigger for ethnic conflicts escalating into a brutal war was the 1994 Rwandan genocide. The Rwandan government is accused of supporting the M23 rebel group to invade and control territories in the Democratic Republic of Congo. The DRC is accused of protecting Hutu militias, heirs of the genocide's executioners. Beyond ethnic battles, there is also a dispute over mineral wealth. In the conflict zones are some of the world's most valuable materials: gold, copper, cobalt, and coltan, important for producing computers and smartphones – ores and metals whose buyers are the world's largest technology companies. In this episode, Natuza Nery receives journalist Pedro Borges, from the Alma Preta news agency. He, who has been in the DRC for 40 days witnessing the situation in the war-torn region firsthand, recounts what he saw in his travels through the country and what one of the refugee camps he visited is like. Pedro also details what he foresees in the new agreement signed between the DRC and Rwanda last Friday (27th) in Washington, under the mediation of the American government.
Original title: A guerra invisível na África
Original description: Um conflito que se arrasta há décadas já matou mais de 5 milhões de pessoas no coração do continente africano. No leste da República Democrática do Congo, milícias armadas se enfrentam numa guerra que é a mais mortal desde a 2ª Guerra Mundial. O gatilho para que conflitos étnicos escalassem para uma guerra brutal foi genocídio em Ruanda, em 1994. O governo ruandês é acusado de apoiar o grupo rebelde M23 para invadir e controlar territórios na República Democrática do Congo. Sobre a RDC, pesa a acusação de proteger milícias Hutus, herdeiras dos algozes do genocídio. Para além das batalhas entre etnias, há também uma disputa por riquezas minerais. Nos territórios conflagrados estão alguns dos materiais mais valiosos do mundo: caso do ouro, do cobre, do cobalto e do coltan, importante para a produção de computadores e smartphones – minérios e metais que têm como compradores as maiores empresas de tecnologia do mundo. Neste episódio, Natuza Nery recebe o jornalista Pedro Borges, da agência de notícias Alma Preta. Ele, que está há 40 dias na RDC testemunhando de perto a situação da região em guerra, conta o que viu em seus deslocamentos pelo país e como é um dos campos de refugiados que visitou. Pedro detalha ainda o que prevê a nova tentativa de acordo assinada entre a RDC e Ruanda na última sexta-feira (27), em Washington, sob a mediação do governo americano.
-
A political and fiscal war declared in Brasília.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-27 03:16
Congress inflicted a crushing defeat on the Lula government on Wednesday night (25th), overturning the IOF decree. It was the first time since 1992 that parliamentarians had overturned a presidential decree. Government ministers are divided on whether or not to take the case to the STF – the opposition says that if it appeals to the Supreme Court, the government will amplify the crisis in Brasília. With the fall of the decree, Congress stopped the government's idea of raising R$ 10 billion more and, with that, getting closer to reaching the fiscal target. The impact of the political battle, therefore, has serious fiscal consequences. Economists warn that the Brazilian State runs the risk of becoming paralyzed in 2026 if public accounts are not balanced. To explain the seriousness of the situation in Brasília, Natuza Nery receives Flávia Oliveira. “It was more than a steamroller. It was a road roller,” summarizes the GloboNews commentator, columnist for the newspaper O Globo and CBN radio. For her, more than a defeat for the government, what is happening in Brasília is “a defeat for the country. It is a Congress that has acted and voted for its own benefit”. Afterwards, Natuza Nery speaks with political scientist and sociologist Sérgio Abranches. Creator of the term “coalition presidentialism”, in the late 1980s, Sérgio assesses the current political moment. “The system of government is dysfunctional. It is a Congress that does not represent. And an Executive that can no longer govern,” he says.
Original title: A guerra política e fiscal declarada em Brasília
Original description: O Congresso impôs uma derrota acachapante ao governo Lula na noite da quarta-feira (25), ao derrubar o decreto do IOF. Foi a primeira vez desde 1992 que parlamentares derrubaram um decreto presidencial. Ministros do governo estão divididos sobre levar ou não o caso ao STF – a oposição diz que, caso recorra ao Supremo, o governo vai ampliar a crise em Brasília. Com a queda do decreto, o Congresso sustou a ideia do governo de arrecadar R$ 10 bilhões a mais e, com isso, ficar mais perto de atingir a meta fiscal. O impacto da batalha política, portanto, tem consequências fiscais graves. Economistas alertam que o Estado brasileiro corre o risco de ficar paralisado em 2026 caso as contas públicas não sejam equilibradas. Para explicar a gravidade da situação em Brasília, Natuza Nery recebe Flávia Oliveira. “Foi mais do que um tratoraço. Foi um rolo compressor”, resume a comentarista da GloboNews, colunista do jornal O Globo e da rádio CBN. Para ela, mais do que uma derrota do governo, o que se passa em Brasília é “uma derrota para país. É um Congresso que tem agido e votado em proveito próprio”. Depois, Natuza Nery fala com o cientista político e sociólogo Sérgio Abranches. Criador do termo “presidencialismo de coalizão”, no fim da década de 1980, Sérgio avalia o momento político atual. “O sistema de governo está disfuncional. É um Congresso que não representa. E um Executivo que não consegue mais governar”, afirma.
-
A tragédia de Juliana Marins no Monte Rinjani.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-26 03:16
Almost 5 days after falling about 200 meters inside the crater of a volcano in Indonesia, the body of the 26-year-old Brazilian woman was rescued this Wednesday (26). Her body was found by volunteer rescuers, 600 meters from the trail she was taking towards the top of Mount Rinjani. Juliana Marins' family says that, before the accident, she was left alone by the group's guide – the alert to the authorities was sent only 5 hours later. Juliana's family accuses the Indonesian authorities of negligence. To explain the particularities of the mountain and point out possible errors that may have led to the Brazilian woman's death, Natuza Nery listens to Carlos Santalena, climber and expedition guide. Carlos, who has climbed Mount Everest four times and climbed Rinjani in 2015, reports on what it is like to climb the mountain Juliana was on and talks about the signs that there was negligence in the rescue. Afterwards, Natuza listens to Silvio Neto, president of the Brazilian Association of Mountain Guides. He talks about how guides should be trained for adventure tourism, the type of information people need to have to practice climbing activities safely.
Original title: A tragédia de Juliana Marins no Monte Rinjani
Original description: Quase 5 dias depois de ter despencado cerca de 200 metros dentro da cratera de um vulcão na Indonésia, o corpo da jovem brasileira de 26 anos foi resgatado nesta quarta-feira (26). O corpo dela foi encontrado por socorristas voluntários, a 600 metros da trilha que ela fazia rumo ao topo do Monte Rinjani. A família de Juliana Marins diz que, antes do acidente, ela foi deixada sozinha pelo guia do grupo – o alerta às autoridades foi enviado apenas 5 horas depois. A família de Juliana acusa as autoridades da Indonésia de negligência. Para explicar as particularidades do monte e apontar possíveis erros que podem ter levado à morte da brasileira, Natuza Nery ouve Carlos Santalena, escalador e guia de expedições. Carlos, que já escalou o Monte Everest quatro vezes e subiu o Rinjani em 2015, relata sobre como é subir o monte em que Juliana estava e fala sobre os sinais de que houve negligência no resgate. Depois, Natuza ouve Silvio Neto, presidente da Associação Brasileira de Guias de Montanha. Ele fala sobre como deve ser a capacitação de guias para fazer turismo de aventura, o tipo de informação que as pessoas precisam ter para praticar atividades de escalada em segurança.
-
The coup attempt and its versions.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-25 03:16
This Tuesday (24), Mauro Cid and Braga Netto sat face to face in a room at the Supreme Federal Court. Defendants in the coup d'état attempt case, the former aide-de-camp and the former Minister of Defense and Chief of Staff of Jair Bolsonaro gave their versions of the same accusation: a conspiratorial meeting at Braga Netto's house and an amount that would have financed the coup-plotting criminal organization. When confronted, both maintained their previous statements. After them, it was former minister Anderson Torres' turn to sit face to face with former Army commander Freire Gomes, a witness in the case. In this episode, Natuza Nery receives Fernando Abrucio to explain how the confrontation affects the process. Professor at FGV, commentator at GloboNews and columnist for the Valor Econômico newspaper, Abrucio recalls the role of Mauro Cid, Braga Netto and Anderson Torres in the coup plot and analyzes the versions presented by the defendants. He also assesses how the defendants' and the former president's entourage are moving to prevent or reverse a likely conviction in the Supreme Court.
Original title: A tentativa de golpe e suas versões
Original description: Nesta terça-feira (24), Mauro Cid e Braga Netto se sentaram cara a cara em uma sala do Supremo Tribunal Federal. Réus no processo sobre a tentativa de golpe de Estado, o ex-ajudante de ordens e o ex-ministro da Defesa e Casa Civil de Jair Bolsonaro deram suas versões sobre uma mesma acusação: uma reunião conspiratória na casa de Braga Netto e uma quantia que teria financiado a organização criminosa golpista. Ao serem confrontados, ambos mantiveram seus depoimentos anteriores. Depois deles, foi a vez do ex-ministro Anderson Torres se sentar frente a frente com o ex-comandante do Exército Freire Gomes, testemunha no caso. Neste episódio, Natuza Nery recebe Fernando Abrucio para explicar como a acareação mexe com o processo. Professor da FGV, comentarista da GloboNews e colunista do jornal Valor Econômico, Abrucio relembra o papel de Mauro Cid, Braga Netto e de Anderson Torres na trama golpista e analisa as versões apresentadas pelos réus. Ele avalia ainda como o entorno dos réus e do ex-presidente se movimentam para impedir ou reverter uma provável condenação no Supremo.
-
The crisis in world diplomacy.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-24 03:16
In 2022, Russia attacked and invaded Ukraine under the pretext of defending itself against possible Ukrainian threats. The following year, the terrorist group Hamas' attack left a trail of death and violence in Israel; the Israeli response in the Gaza Strip promoted a humanitarian crisis that accounts for at least 55,000 deaths. Less than two weeks ago, the Iranian nuclear program served as a pretext for air strikes by Israel and then the United States. Faced with a world map taken by burning points, something in common: the primacy of the use of weapons over dialogue. Bellicism is also present in the organization of world trade, where the effects of the tariff announced by Donald Trump are still uncertain. In an interview with GloboNews, Celso Amorim, former chancellor and special advisor to the Presidency for international affairs, spoke of "demoralization of the international system" and an "attack on the world order". For historian and career diplomat Rubens Ricupero, who was Brazil's ambassador to Washington, Rome and the United Nations, it is "a moment of weakening of diplomatic resources". In this episode, Rubens Ricupero, who was also under-secretary general of the UN (1995 to 2004) and is now an emeritus advisor to the Brazilian Center for International Relations, is interviewed by Natuza Nery. He analyzes the crisis in world diplomacy and explains why the classic instruments in relations between countries are losing ground at a moment in history marked by unilateral decisions and wars. "I do not see the case of Iran as capable of provoking a nuclear and world war," he says.
Original title: A crise na diplomacia mundial
Original description: Em 2022, a Rússia atacou e invadiu a Ucrânia sob o argumento que estava se defendendo contra eventuais ameaças ucranianas. No ano seguinte, o ataque do grupo terrorista Hamas deixou um rastro de morte e violência em Israel; a resposta israelense promoveu na Faixa de Gaza uma crise humanitária que contabiliza pelo menos 55 mil mortes. Há menos de duas semanas, o programa nuclear iraniano serviu de pretexto para ataques aéreos de Israel e, depois, dos Estados Unidos. Diante de um mapa mundi tomado por pontos em chamas, algo em comum: a primazia do uso de armas sobre o diálogo. O belicismo se apresenta também na organização do comércio mundial, onde ainda são incertos os efeitos do tarifaço anunciado por Donald Trump. Em entrevista à GloboNews, Celso Amorim, ex-chanceler e conselheiro especial para assuntos internacionais da Presidência, falou em “desmoralização do sistema internacional” e um “ataque à ordem mundial”. Para o historiador e diplomata de carreira Rubens Ricupero, que foi embaixador do Brasil em Washington, Roma e nas Nações Unidas, trata-se de “um momento de fragilização dos recursos diplomáticos”. Neste episódio, Rubens Ricupero, que também foi subsecretário geral da ONU (1995 a 2004) e hoje é conselheiro emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, é o entrevistado de Natuza Nery. Ele analisa a crise na diplomacia mundial e explica por que os instrumentos clássicos nas relações entre os países estão perdendo espaço num momento da história marcado por decisões unilaterais e guerras. “Eu não vejo o caso do Irã como capaz de provocar uma guerra nuclear e mundial”, afirma.
-
The US at war – and a portrait of Iran and Iranians
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-23 03:17
It was early Sunday morning in Iran when the US launched an offensive against three Iranian nuclear facilities. After days of suspense over whether or not to enter the conflict between Israel and the Tehran regime, Donald Trump announced that the Fordow, Natanz, and Esfahan facilities had been targeted by American airstrikes. In response, the Iranian parliament approved closing the Strait of Hormuz, responsible for 20% of the world's oil route. In the first part of this episode of O Assunto, Natuza Nery talks to Oliver Stuenkel to analyze the immediate consequences of the US entering the war. Oliver, who is a professor of International Relations at FGV and a researcher at Harvard and the Carnegie Endowment, answers what risks Trump subjected himself to by attacking Iran, and Tehran's possible responses. He also assesses the likely economic effects if the closure of the Strait of Hormuz materializes. Afterwards, Natuza receives Samy Adghirni, a Bloomberg journalist based in Paris who was a correspondent in Iran from 2011 to 2014. Author of the book "The Iranians," Samy traces the richness of Persian history and the reasons why Iranians are so proud of their culture: "Iran is more than a country, it is a civilization." He also presents an overview of the country's current contradictions: a modern society that coexists with a theocratic, oppressive, and violent regime – especially towards women. "The current situation in the Middle East shows the increasing weakness of this regime," he concludes.
Original title: Os EUA na guerra – e um retrato do Irã e dos iranianos
Original description: Era madrugada de domingo no Irã quando os EUA lançaram uma ofensiva contra três instalações nucleares iranianas. Depois de dias de suspense sobre a entrada ou não no conflito entre Israel e o regime de Teerã, Donald Trump anunciou que as instalações de Fordow, Natanz e Esfahan tinham sido alvo de ataques aéreos americanos. Como resposta, o parlamento iraniano aprovou fechar o Estreito de Ormuz, responsável por 20% da rota mundial de petróleo. Na primeira parte deste episódio de O Assunto, Natuza Nery conversa com Oliver Stuenkel para analisar as consequências imediatas da entrada dos EUA na guerra. Oliver, que é professor de Relações Internacionais da FGV e pesquisador de Harvard e do Carnegie Endowment, responde a quais riscos Trump se submeteu ao atacar o Irã, e as possíveis respostas de Teerã. Ele avalia ainda os prováveis efeitos econômicos caso o fechamento do Estreito de Ormuz se concretize. Depois, Natuza recebe Samy Adghirni, jornalista da Bloomberg baseado em Paris que foi correspondente no Irã de 2011 a 2014. Autor do livro “Os Iranianos”, Samy traça a riqueza da história persa e os motivos pelos quais os iranianos são tão orgulhos de sua cultura: “O Irã mais do que um país, é uma civilização”. Ele apresenta também um panorama sobre as contradições atuais do país: uma sociedade moderna que coexiste com um regime teocrático, opressor e violento – especialmente com as mulheres. “A situação atual do Oriente Médio mostra o aumento da fraqueza desse regime”, conclui.
-
Existe uma solução pacífica para o Oriente Médio?
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-20 03:16
Instability is permanent and spreads across territories. In Gaza, a war exceeding 600 days causes an unprecedented humanitarian crisis. In Lebanon, the population lives under attacks from Hezbollah and the Israeli army. In Syria, the end of a long dictatorship led to a fragmented country. In Yemen, Houthi rebels are also involved in conflicts. Now, since the beginning of the exchange of bombings between Israel and Iran, tension has escalated to the imminence of a total war between the region's two most powerful military countries -- a risk that grows with signals from Donald Trump that the US may enter the conflict. In this episode, Natuza Nery talks to Guga Chacra to explain the origins of these instabilities. The commentator from Globo, GloboNews, CBN, and columnist for O Globo recounts the history of failed peace negotiations of recent decades, analyzes current points of greatest tension, and tries to answer the question: what to do to pacify the Middle East?
Original title: Existe solução de paz para o Oriente Médio?
Original description: A instabilidade é permanente e se espalha por vários territórios. Na Faixa de Gaza, uma guerra que já dura mais de 600 dias e que provoca uma crise humanitária sem precedentes. No Líbano, a população vive sob os ataques do grupo Hezbollah e do exército israelense. Na Síria, o fim de uma longa ditadura deu lugar a um país cujo comando está fragmentado. No Iêmen, os rebeldes Houthis também estão envolvidos em conflitos. Agora, desde o início da troca de bombardeios entre Israel e Irã, a tensão escalou para a iminência de uma guerra total entre os dois países militarmente mais poderosos da região -- um risco que cresce com os sinais enviados por Donald Trump de que os EUA podem entrar no conflito. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Guga Chacra para explicar as origens dessas instabilidades. O comentarista da Globo, da GloboNews, da CBN e colunista do jornal O Globo reconta a história dos insucessos nas tratativas de paz das últimas décadas, analisa os atuais pontos de maior tensão e tenta responder à pergunta: o que fazer para pacificar o Oriente Médio?
-
O papel dos EUA na guerra entre Israel e Irão.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-18 03:16
Assim que os primeiros bombardeios israelenses atingiram o território iraniano, o secretário de Estado dos EUA se apressou em negar a participação americana no ataque. O presidente Donald Trump também se apresentou para defender uma solução diplomática e disse que estava perto de um acordo para o programa nuclear do Irã. Menos de uma semana depois, tudo mudou. Primeiro, Trump subiu o tom num ultimato contra o Irã, exigindo que o regime desista totalmente de seu programa nuclear. Depois, foi ainda mais longe. O presidente americano falou como se os próprios EUA já estivessem dentro da guerra, afirmou ter controle total e completo dos céus iranianos e ameaçou: “Não vamos matar o Líder Supremo [o aiatolá Ali Khamenei, chefe de Estado do Irã]. Por enquanto”. Para explicar o que quer Donald Trump com esse vaivém e quais são os objetivos americanos no conflito, Natuza Nery entrevista Fernando Brancoli, professor de Segurança Internacional e de Geopolítica da UFRJ. Fernando analisa também quais as consequências de uma eventual entrada americana na guerra: “Se a gente olha as invasões americanas no Oriente Médio, o que acontece é uma guerra assimétrica com morte de civis e destruição de infraestrutura”.
Original title: O papel dos EUA na guerra entre Israel e Irã
Original description: Assim que os primeiros bombardeios israelenses atingiram o território iraniano, o secretário de Estado dos EUA se apressou em negar a participação americana no ataque. O presidente Donald Trump também se apresentou para defender uma solução diplomática e disse que estava perto de um acordo para o programa nuclear do Irã. Menos de uma semana depois, tudo mudou. Primeiro, Trump subiu o tom num ultimato contra o Irã, exigindo que o regime desista totalmente de seu programa nuclear. Depois, foi ainda mais longe. O presidente americano falou como se os próprios EUA já estivessem dentro da guerra, afirmou ter controle total e completo dos céus iranianos e ameaçou: “Não vamos matar o Líder Supremo [o aiatolá Ali Khamenei, chefe de Estado do Irã]. Por enquanto”. Para explicar o que quer Donald Trump com esse vaivém e quais são os objetivos americanos no conflito, Natuza Nery entrevista Fernando Brancoli, professor de Segurança Internacional e de Geopolítica da UFRJ. Fernando analisa também quais as consequências de uma eventual entrada americana na guerra: “Se a gente olha as invasões americanas no Oriente Médio, o que acontece é uma guerra assimétrica com morte de civis e destruição de infraestrutura”.
-
Israel x Irã e o futuro do regime dos aiatolás.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-17 03:16
"Don't escalate the conflict. End the conflict." That's how Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu responded when asked about Israel's plans to eliminate Iran's Supreme Leader, Ayatollah Ali Khamenei. Netanyahu's statement was given on Monday (16th), the fourth day of mutual attacks between the two countries. And a day after the US press reported that President Donald Trump vetoed an Israeli plan to assassinate Khamenei. On the Iranian side, an official statement promises to destroy Israel's infrastructure and threatens: residents who want to stay alive should leave Israeli territory. To explain the status of the conflict - which enters its fifth day this Tuesday (17th) - Julia Duailibi talks to Andrew Traumann, professor of International Relations at the Curitiba University Center. Organizer of the book "Islamic Republic of Iran, 40 years", Andrew explains who Ali Khamenei is, how he rose to the position of Supreme Leader of the Iranian Republic and what the situation of the country's current government is. Andrew assesses where the Israeli strategy in Iran seems to be heading. Since the beginning of the attacks, at least 11 key figures of the regime, including military personnel from the Revolutionary Guard, commanders of Intelligence, the Armed Forces and representatives of diplomacy. He also concludes how the war weakens the ayatollahs and what the chances are of the Iranian regime collapsing.
Original title: Israel x Irã e o futuro do regime dos aiatolás
Original description: “Não escala o conflito. Coloca fim ao conflito”. Foi assim que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu ao ser questionado sobre os planos de Israel de eliminar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. A declaração de Netanyahu foi dada na segunda-feira (16), no quarto dia de ataques mútuos entre os dois países. E um dia depois de a imprensa dos EUA noticiar que o presidente Donald Trump vetou um plano israelense para assassinar Khamenei. Do lado iraniano, um comunicado oficial promete destruir a infraestrutura de Israel e ameaça: os moradores que quiserem ficar vivos, devem sair do território israelense. Para explicar o status do conflito – que entra no quinto dia nesta terça-feira (17) -, Julia Duailibi conversa com Andrew Traumann, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário Curitiba. Organizador do livro “República Islâmica do Irã, 40 anos”, Andrew explica quem é Ali Khamenei, como ele ascendeu ao cargo de Líder Supremo da República iraniana e qual a situação do atual governo do país. Andrew avalia para onde parece caminhar a estratégia israelense no Irã. Desde o início dos ataques, pelo menos 11 figuras-chave do regime, entre eles militares da Guarda Revolucionária, comandantes da Inteligência, das Forças Armadas e representantes da diplomacia. Ele conclui ainda como a guerra enfraquece os aiatolás e quais as chances de o regime iraniano ruir.
-
O oceano no centro da agenda global.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-16 03:16
Facing the Mediterranean Sea, over 50 heads of state and government gathered last week to discuss ocean protection actions. Brazil, with a maritime space occupying 5.7 million km², an area comparable to the Amazon, attended the UN Ocean Conference, hosted in Nice, France. In his speech, President Luiz Inácio Lula da Silva pledged to emphasize ocean conservation and sustainable use and increase marine protected area coverage from 26% to 30%, fulfilling the Global Biodiversity Framework target. Lula also criticized plastic use but excluded the country from an agreement called "Nice appeal," advocating for the gradual ban of single-use disposable plastic. The Conference also marked the premiere of the documentary "Quanto Vale o Azul" (How Much is the Blue Worth), by Ricardo Gomes, marine biologist and director of the Instituto Mar Urbano. He, who was in Nice and the other two Conferences, in Portugal (2022) and the USA (2017), tells what has changed since then. Afterwards, Natuza Nery receives Rodrigo Cebrian, co-founder of the Movimento EUceano.org and director and presenter of the series "Euceano," available on Globoplay. He explains the term "blue economy" and talks about ways to use marine resources sustainably.
Original title: O oceano no centro da pauta mundial
Original description: Foi de frente para o Mar Mediterrâneo que mais de 50 chefes de Estado e de governo se reuniram na semana passada para discutir ações de proteção dos oceanos. O Brasil, com um espaço marítimo que ocupa 5,7 milhões de km², área comparável à da Amazônia, esteve presente na Conferência dos Oceanos do ONU, sediada em Nice, na França. Em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu dar ênfase à conservação e ao uso sustentável do oceano e ampliar de 26% para 30% a cobertura das áreas marinhas protegidas, cumprindo a meta do Marco Global para a Biodiversidade. Lula também fez críticas ao uso do plástico, mas deixou o país de fora de um acordo chamado "apelo de Nice", em prol do banimento gradual do plástico descartável de uso único. A Conferência também marcou a estreia do documentário "Quanto Vale o Azul", de Ricardo Gomes, biólogo marinho e diretor do Instituto Mar Urbano. Ele, que esteve em Nice e nas outras duas Conferências, em Portugal (2022) e EUA (2017), conta o que mudou de lá pra cá. Depois, Natuza Nery recebe Rodrigo Cebrian, cofundador do Movimento EUceano.org e diretor e apresentador da série "Euceano", disponível no Globoplay. Ele explica o termo "economia azul" e fala sobre formas de usar os recursos marítimos de maneira sustentável.
-
EXTRA: Israel's attack and Iran's counterattack
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-14 03:15
It was early Friday morning, local time, when an Israeli offensive targeted the "heart of Iran's nuclear weapons program." Israeli bombings hit at least three nuclear facilities and killed military leaders and scientists. Israeli forces claim the operation aimed to halt the advancement of the Iranian nuclear program. Less than 24 hours later, the Iranian counterattack began: the cities of Tel Aviv and Jerusalem were targeted. The escalation of attacks between Israel and Iran reignites fears of a nuclear conflict, in addition to the risk of a widespread conflict in the Middle East. In this extra episode of O Assunto, Natuza Nery receives Tanguy Baghdadi and Hussein Kalout to explain the reasons that led to the Israeli attack, and what to expect from the Iranian response. Tanguy Baghdadi, professor of international politics and founder of the Petit Journal podcast, details the elements that led to the Israeli offensive at this moment: the political situation of Prime Minister Benjamin Netanyahu, the fall of important supporters of the Iranian regime, and the internal crisis in the Tehran government. He recalls that the Iranian nuclear program was encouraged by the US itself, back in the 1950s, and justifies why it is not in Iran's interest for the Americans to enter this war. "Now we have a one-on-one war," he says, speaking of the risks of the war spreading. Then, Hussein Kalout, political scientist and advisor to Cebri (Brazilian Center for International Relations), assesses that Iran is "cornered" for two reasons: regional isolation, after not responding to Israeli attacks against important allies, and the internal risk of seeing an uprising against the regime. Finally, he concludes what the US interests are in the conflict.
Original title: EXTRA: O ataque de Israel e o contra-ataque do Irã
Original description: Era madrugada de sexta-feira, no horário local, quando uma ofensiva israelense mirou o “coração do programa de armamento nuclear” do Irã. Os bombardeios de Israel atingiram pelo menos três instalações nucleares e mataram chefes militares e cientistas. As forças israelenses afirmam que o objetivo da operação era impedir o avanço do programa nuclear iraniano. Menos de 24 horas depois, o contra-ataque iraniano começou: as cidades de Tel Aviv e Jerusalém foram alvo. A escalada de ataques entre Israel e Irã reacende o temor de um conflito nuclear, além do risco de um conflito generalizado no Oriente Médio. Neste episódio extra de O Assunto, Natuza Nery recebe Tanguy Baghdadi e Hussein Kalout para explicar os motivos que levaram ao ataque israelense, e o que esperar da resposta iraniana. Tanguy Baghdadi, professor de política internacional e fundador do podcast Petit Journal, detalha os elementos que levaram à ofensiva israelense neste momento: a situação política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a queda de importantes apoiadores do regime iraniano e a crise interna no governo de Teerã. Ele relembra que o programa nuclear iraniano foi incentivado pelos próprios EUA, ainda na década de 1950, e justifica porque não interessa ao Irã que os americanos entrem nesta guerra. “Agora temos uma guerra de um para um”, diz, ao falar dos riscos de a guerra se espalhar. Depois, Hussein Kalout, cientista político e conselheiro do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), avalia que o Irã está “emparedado” por dois motivos: o isolamento regional, depois de não responder aos ataques israelenses contra importantes aliados, e o risco interno de ver surgir um levante contra o regime. Por fim, ele conclui quais são os interesses dos EUA no conflito.
-
Vias para a responsabilização das redes sociais.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-13 03:16
On Thursday (12th), STF Minister Alexandre de Moraes cast the seventh vote in favor of holding technology companies accountable for publishing illegal or criminal content. The day before, the Supreme Court had already formed a majority to change the interpretation of article 19 of the Brazilian Internet Civil Framework. Ministers Edson Fachin, Cármen Lúcia, and Nunes Marques still need to vote. The trial is scheduled to resume on June 25th. The Court is moving towards defining that a judicial decision is no longer necessary for platforms to remove illegal or criminal content – a rule in effect since 2014, when the Civil Framework was sanctioned and created the legal basis for internet use in Brazil. To understand what is at stake in the Supreme Court's discussion, Natuza Nery talks with Nuria López, technology partner at Daniel Advogados and PhD in Theory and Philosophy of Law from PUC de São Paulo. Nuria details what article 19 says and why it is being re-discussed now. She recalls the specific cases that led this discussion to the Supreme Court, including one involving the late Orkut. In the conversation, Núria explains the new models for regulating social networks, including the so-called 'notice and takedown', a mechanism by which networks become responsible for content from the moment they are notified.
Original title: Os caminhos para a responsabilização das redes sociais
Original description: Na quinta-feira (12), o ministro do STF Alexandre de Moraes deu o sétimo voto a favor para que empresas de tecnologia sejam responsabilizadas pela publicação de conteúdos ilegais ou criminosos. No dia anterior, o Supremo já havia formado maioria para mudar a interpretação do artigo 19 do Marco Civil da Internet. Os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia e Nunes Marques ainda precisam votar. O julgamento está marcado para recomeçar no dia 25 de junho. A Corte caminha para definir que não é mais necessária uma decisão judicial para que as plataformas tirem do ar conteúdos ilegais ou criminosos – regra em vigor desde 2014, quando o Marco Civil foi sancionado e criou as bases legais para o uso da internet no Brasil. Para entender o que está em jogo na discussão no Supremo, Natuza Nery conversa com Nuria López, sócia de tecnologia da Daniel Advogados e doutora em Teoria e Filosofia do Direito pela PUC de São Paulo. Nuria detalha o que diz o artigo 19 e porque ele está sendo rediscutido agora. Ela relembra os casos concretos que levaram essa discussão à Suprema Corte, entre eles um envolvendo o finado Orkut. Na conversa, Núria explica os novos modelos de regulação de redes sociais, entre eles o chamado ‘notice and takedown’, mecanismo pelo qual as redes ficam responsáveis pelo conteúdo a partir do momento em que são notificadas.
-
Los Angeles: the epicenter of the protest wave in the US.
From 🇧🇷 O Assunto, published at 2025-06-12 03:16
Amidst protests against ICE arrests, Los Angeles' mayor decreed a curfew to contain violence after demonstrators blocked roads and burned vehicles near public buildings, met with police using tear gas and rubber bullets. Trump sent National Guard agents to California without the governor's request. Guga Chacra explains the political and personal clash: "Trump wants to transform the U.S. into an authoritarian regime. He knows he won't succeed entirely, but democracy is deteriorating." Felippe Coaglio discusses the importance of immigrants to Los Angeles and how ICE operates, noting the protests' spread and ICE's unusually truculent actions.
Original title: Los Angeles: o epicentro da onda de protestos nos EUA
Original description: Em meio a uma onda de protestos contra as prisões feitas pelo ICE (Immigration and Customs Enforcement), a polícia da imigração dos Estados Unidos, a prefeita de Los Angeles, uma das cidades mais importantes da Califórnia, nos EUA, decretou toque de recolher. A medida da democrata Karen Bass foi tomada para conter a violência. Desde meados da semana passada, manifestantes bloquearam vias e queimaram veículos, principalmente em locais próximos de prédios públicos. A polícia local usou bombas de efeito moral e balas de borracha. Com a escalada de tensão, Trump enviou agentes da Guarda Nacional para o estado da Califórnia, mesmo sem o pedido do governador, o democrata Gavin Newsom. Quem explica o embate político e pessoal por trás disso é Guga Chacra, comentarista da Globo, da Globonews, da CBN e colunista do jornal O Globo. "Trump quer transformar os EUA em uma espécie de regime autoritário. Ele sabe que não vai conseguir ir tão longe, mas a democracia está se deteriorando." Antes, para entender a importância dos imigrantes para Los Angeles, Natuza Nery recebe Felippe Coaglio, correspondente da Globo e GloboNews nos Estados Unidos, que fala direto da cidade. Coaglio conta como age o ICE e como os protestos se espalharam para outros locais do país. "Essa ação do ICE está chamando a atenção pela amplitude do que está acontecendo e, claro, pela forma mais truculenta do que o usual."