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1550 episodes from Brazil

Família Bolsonaro: opção pelo dinheiro vivo

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Desde 2018, acumulam-se indícios de “rachadinha” nos gabinetes parlamentares do clã e da possível relação dessa prática com negócios envolvendo filhos, ex-mulheres e o próprio presidente. Agora, reportagem publicada pelo UOL dimensiona outro traço comum a esses personagens: o gosto pelas transações em espécie. Foram 51 imóveis comprados por eles total ou parcialmente assim desde 1990, de um total de 107 examinados pelo portal. Estudioso do uso do mercado imobiliário para lavagem de dinheiro, o pesquisador Fabiano Angélico, da Universidade de Lugano (Suíça), observa: “São várias evidências de que houve geração de recurso ilícito onde se percebia circulação de dinheiro em espécie”. Ou seja, a partir do recolhimento de boa parte dos salários dos funcionários, muitos deles fantasmas. “Isso forma um conjunto indiciário muito forte”. Neste episódio, Renata Lo Prete conversa também com a jornalista Malu Gaspar, que relembra as encrencas da família desde a descoberta, ainda antes da posse de Jair Bolsonaro no Planalto, do papel do ex-assessor Fabrício Queiroz no esquema. A colunista do jornal “O Globo” analisa o desmonte do “aparato de combate à corrupção" em anos recentes e a “blindagem” judicial que conteve investigações, especialmente contra o senador Flavio Bolsonaro. Ela vê baixo potencial de impacto das novas revelações na campanha eleitoral, seja pelo elevado percentual de consolidação do voto, seja porque o presidente-candidato agora diz não ver problema nenhum no farto uso de dinheiro vivo para adquirir patrimônio, o que em 2018 ele condenava com veemência.

Paralisia infantil: queda livre da vacinação

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O Brasil registrou um caso de poliomielite pela última vez em 1989. Porém, desde 2015 a cobertura vacinal vem caindo, fechando o ano passado em apenas 67%. E a adesão à campanha nacional em curso ainda é muito baixa. Em conversa com Renata Lo Prete, o infectologista Marco Aurélio Sáfadi destaca a importância de recuperar “o número mágico” de 95% na faixa etária de 0 a 5 anos. Só ele pode garantir que, mesmo diante de um ou outro caso vindo de fora, o vírus não encontre “condições para circular" no país. Presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Sáfadi lembra que a paralisia, especialmente dos membros inferiores, é o “resultado dramático” verificado nos casos mais graves de polio, doença transmitida pela boca e pelas fezes cujos sintomas incluem febre, mal-estar, vômitos e diarreia. Ele também elenca fatores que ajudam a explicar o tombo da curva de aplicação de uma vacina supereficiente contra uma doença para a qual não existe tratamento. Entre eles, notícias falsas e e falta de comunicação adequada por parte das autoridades.

O desmonte do combate à fome

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Na sexta-feira, Jair Bolsonaro (PL) disse que não existe “fome pra valer” no Brasil. Dois dias depois, questionado a respeito por Ciro Gomes (PDT) em debate, o presidente do país que tem 33 milhões de pessoas vivendo nesse desespero recomendou a quem “passa necessidade” se cadastrar para receber os R$ 600 de auxílio do governo federal. Por mais essencial que seja o benefício, ele não basta para reverter um quadro que aflige 125 milhões de brasileiros quando se adota o critério da “insegurança alimentar” (não ter como fazer 3 refeições por dia). Para alcançar esse objetivo, é preciso devolver “centralidade, no Orçamento da União”, a uma série de políticas públicas interligadas de combate à fome, afirma Daniela Frozi, integrante da coordenação executiva da rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional). Em conversa com Renata Lo Prete neste episódio, ela detalha as consequências “desastrosas” de decisões tomadas pelo atual governo, como a extinção do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável), o brutal corte de recursos para o Programa de Aquisição de Alimentos e o recente veto de Bolsonaro ao reajuste para o Programa Nacional de Alimentação Escolar que o Congresso havia aprovado. Daniela, que também é professora do programa de pós-graduação da Fiocruz, destaca sobretudo as consequências para as crianças, “que terão impactos cognitivos e biológicos no futuro”.

Para entender a sucessão no Amazonas

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Quatro anos atrás, em plena onda antipolítica, o Estado elegeu um ex-apresentador de TV que, em 2020, escapou do impeachment, na esteira de um escândalo de malversação de recursos para o enfrentamento da Covid. Agora, amparado por ampla base de na Assembleia Legislativa, Wilson Lima (União Brasil) busca a reeleição. Segundo a pesquisa Ipec mais recente, tem 30% das intenções de voto, empatado com Amazonino Mendes (Cidadania), veteraníssimo da política local que já ocupou o cargo quatro vezes. Em segundo lugar, com 16%, aparece outro ex-governador, Eduardo Braga (MDB). Neste episódio, Renata Lo Prete conversa com Rosiene Carvalho, colunista de política da BandNews Manaus, para entender a disputa no 15º colégio eleitoral do país, segundo maior da Região Norte. A jornalista recorda dois capítulos dramáticos da pandemia no Amazonas: o da “compra superfraurada de respiradores" e o do colapso no sistema de saúde “na crise da falta de oxigênio”. E mostra que, apesar deles, Lima segue competitivo. Rosiene explica ainda o xadrez dos palanques de Lula (aliado a Braga e líder no Estado) e Bolsonaro (apoiado, até aqui, tanto pelo governador quanto por Amazonino).

A desigualdade na recuperação do emprego

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A retomada da atividade depois da fase mais crítica da pandemia conseguiu reduzir o desemprego, embora à custa de recorde na informalidade e com a renda média em patamar muito baixo. Um quadro que pressiona sobretudo os 10% mais pobres: “eles não estão conseguindo mais estabelecer uma estratégia de sobrevivência”, afirma Ricardo Paes de Barros, que trabalhou por mais de 30 anos no Ipea pesquisando pobreza, mercado de trabalho e educação. Neste episódio, que marca os 3 anos de O Assunto, o economista é o convidado de Renata Lo Prete. Também professor do Insper, ele descreve a economia do país como “uma locomotiva que vai partir”, mas na qual o “vagão dos pobres não está conectado e vai ficar para trás”. É por isso, argumenta, que o Estado deve focar suas políticas públicas no conjunto de 20 milhões de pessoas com menor renda. Será necessário desfazer o “tremendo desserviço” patrocinado pelo governo federal, que mantém os dados do CadÚnico desatualizados. É a partir dessas informações que mais de 9 mil assistentes sociais podem chegar àqueles que mais precisam e, em conjunto, definir estratégias para seu futuro. “É obrigação da sociedade dar oportunidade e condição”, afirma, para que essas famílias possam “protagonizar a superação da pobreza”.

Europa: uma seca que já entrou para a história

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O quadro preocupa desde o início de 2022, mas se agravou muito no verão e sobretudo em agosto, com os termômetros nas alturas. Segundo a Comissão Europeia, a seca deste ano pode superar a de 2018, tornando-se a pior no continente em 500 anos. Em conversa com Renata Lo Prete, o correspondente da TV Globo Leonardo Monteiro descreve as imagens apocalípticas de rios como Elba, Reno, Danúbio e Loire, reduzidos a porção ínfima do volume habitual de água. E conta das surpresas descobertas em seus leitos, como restos de navios da 2ª Guerra. Baseado em Lisboa, o jornalista trata ainda do racionamento enfrentado por milhões de europeus e de perdas que vão da safra de diversos grãos à geração de energia. Participa também do episódio Sérgio Henrique Faria, professor no Centro Basco de Mudanças Climáticas e um dos autores do mais recente relatório do IPCC, painel intergovernamental das Nações Unidas sobre o tema. "Os modelos todos indicam a tendência de mais eventos extremos para as próximas décadas", diz o pesquisador.

Empresários bolsonaristas na mira da PF

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Na manhã desta terça-feira, oito - entre eles o dono da Havan, Luciano Hang - amanheceram com os agentes na porta. A operação, autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, foi motivada pelo vazamento de conversas do grupo de WhatsApp “Empresários & Política”. Nas mensagens, seus participantes falam em dar bônus a funcionários que votarem de acordo com a orientação dos patrões, lançam descrédito sobre as urnas eletrônicas e defendem ruptura da ordem institucional em caso de derrota do presidente. Na investigação, juntada por Moraes ao inquérito das milícias digitais, apura-se “toda uma estrutura que atenta contra a democracia”, resume Camila Bonfim, jornalista da TV Globo em Brasília e apresentadora do Conexão GloboNews. Ela explica que a PF teria identificado “ação de organização criminosa” mais complexa do que o “simples” discurso golpista, com potencial para financiar crimes contra o Estado democrático de direito. Em conversa com Renata Lo Prete, Camila analisa os pedidos de busca e apreensão, de bloqueio de contas e de quebra de sigilo bancário dos empresários. Analisa ainda a situação do procurador-geral da República diante da operação.

O coração emprestado e o sequestro do bicentenário

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Em 2020 e 2021, Jair Bolsonaro usou a celebração do 7 de setembro para, respectivamente, fazer pouco da pandemia e ameaçar golpe. Neste ano, quando o Brasil comemora 200 anos de sua Independência, o governo acertou com Portugal o empréstimo do coração de d. Pedro I, a ser recebido com honras de chefe de Estado. "Um órgão morto, tomado como relicário", define a historiadora Lilia Schwarcz, co-autora do livro “O sequestro da Independência: Uma História da Construção do Mito do Sete de Setembro”. Em conversa com Renata Lo Prete, a professora da USP alerta para o fato de que "efemérides são momentos eficientes para que sejam construídas histórias de poder”. Para Lilia, trata-se de um rito para que Bolsonaro avance na pauta de um pretenso “golpe na legalidade”, ou seja, uma situação na qual possa “se vincular, no imaginário, à imagem do imperador”. Não seria a primeira vez, explica a historiadora: na comemoração dos 150 anos da Independência, o governo militar importou a ossada de d. Pedro I. Em ambos os momentos, dois disfarces para a “falta de projeto de país”, mas que agora é também “um golpe final no sequestro dos símbolos brasileiros”.

Para entender a sucessão no Rio Grande do Sul

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O Estado que jamais deu segundo mandato a um governador tem hoje, na liderança das intenções de voto, o vitorioso de 2018, que no final de março deixou o cargo de olho no Palácio do Planalto, mas acabou de volta à disputa pelo Piratini. Eduardo Leite (PSDB) aparece com 32% na mais recente pesquisa Ipec, seguido por Onyx Lorenzoni (PL), com 19%. Outro bolsonarista, Luis Carlos Heinze (PP), registra 6%, tecnicamente empatado com Edegar Pretto (PT), que tem 7%. É cedo, porém, para considerar o quadro definido, avalia a jornalista Kelly Matos, apresentadora da Rádio Gaúcha e do podcast “Descomplica, Kelly”, dada a tradição local de grandes viradas. Na conversa com Renata Lo Prete, ela lembra que tanto Germano Rigotto (MDB), em 2002, quanto Ieda Crusius (PSDB), em 2006, largaram do patamar de um dígito e venceram. Também colunista do jornal Zero Hora, Kelly tenta mensurar o quanto Leite será cobrado pela “traição” ao compromisso, muitas vezes reiterado, de que não concorreria à reeleição. Fala ainda sobre as situações, no Estado, de Lula (ligeiramente à frente) e Bolsonaro (forte sobretudo no interior). “A eleição nacional está muito presente”, afirma.

g1 vai entrevistar candidatos ao governo do DF, da BA, MG, PE, RJ e SP

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Série começa na segunda-feira, 22 de agosto. Os candidatos mais bem posicionados na pesquisa Ipec de 15 de agosto serão entrevistados ao vivo, por uma hora. Os demais candidatos participarão de entrevistas gravadas com duração de 20 minutos, sem corte, exibidas até o início de setembro. Todas as entrevistas serão publicadas também em formato podcast em g1.com.br e nas plataformas de áudio. Gostou? Compartilha!

A exploração eleitoral da fé

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A campanha de Jair Bolsonaro (PL) investe pesado num segmento que o apoiou por ampla margem em 2018 e no qual ainda hoje ele tem vantagem de 17 pontos sobre Lula (PT), que lidera por 15 no quadro geral, segundo o novo Datafolha. A principal porta-voz da retórica messiânica é Michelle Bolsonaro: em culto recente, a primeira-dama chegou a dizer que o Palácio do Planalto era “consagrado a demônios” antes da chegada do marido ao poder. “É uma mensagem com apelo a Deus, à ideia de bons contra maus e à questão dos costumes", diz a jornalista Natália Viana, diretora da Agência Pública. Além de incitação à intolerância religiosa, o que eventualmente pode configurar crime. Em conversa com Renata Lo Prete, a autora da newsletter Xeque na Democracia analisa a tentativa de apresentar o chefe do Executivo como “um homem imperfeito, por meio de quem Deus faz sua ação”. Participa também do episódio o cientista político Victor Araújo, estudioso do eleitorado evangélico. Ele analisa recortes regionais de intenção de voto para explicar, pela via da religião, tanto a larga dianteira de Lula no Nordeste quanto a resiliência de Bolsonaro em Estados de expressiva parcela de evangélicos na população, como o Rio de Janeiro. Para o pesquisador na Universidade de Zurique (Suíça), especialmente o subgrupo pentecostal é “mais conservador e se preocupa mais com a dimensão moral do que com a econômica” na hora de decidir o voto.

A ameaça nuclear chamada Zaporizhzhia

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Logo nos primeiros dias de invasão, a Rússia se apoderou do complexo que responde por 20% do abastecimento de eletricidade na Ucrânia. Meses de silêncio a respeito se passaram até que, em agosto, começaram os bombardeios no entorno da maior usina nuclear da Europa, reacendendo o trauma da explosão, em 1986, de um dos reatores de Chernobyl, desastre que deixou dezenas de milhares de vítimas e espalhou efeitos ambientais pelo continente. Em conversa com Renata Lo Prete, o professor Vitélio Brustolin, da Universidade Federal Fluminense, destaca o ineditismo do que Vladimir Putin fez em março: “É a primeira vez que uma central nuclear é ocupada e militarizada por uma força invasora”. E diz que o quadro agora pode se revelar ainda mais grave: atacar uma instalação dessas “é crime de guerra”. Daí a troca de acusações entre os governos. Moscou nega responsabilidade, alegando que não teria por que mirar uma usina sob seu controle. Enquanto Kiev sustenta que, “disparando a partir de lá, a Rússia impossibilita revide", explica Brustolin. Para o pesquisador de Harvard, a ONU pouco pode fazer. “É difícil até chegar ali, porque a Rússia impôs várias condições", afirma. Nesta quinta-feira, o secretário-geral, Antonio Guterres, irá à cidade ucraniana de Lviv, mas ainda não existe nada acertado para inspeção independente do local em perigo.

Para entender a sucessão em Pernambuco

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Entre vários sobrenomes tradicionais da política local, desponta isolado na liderança o de Marília Arraes (Solidariedade), neta de um ex-governador (Miguel Arraes) e prima de outro (Eduardo Campos). “Ela foi a primeira dissidência do grupo” que chegou ao poder em 2007 com Eduardo, explica neste episódio Gerson Camarotti, comentarista da TV Globo e colunista do g1. Enquanto a deputada federal registra 33% na recém-divulgada pesquisa do Ipec, seus principais adversários estão embolados numa faixa que vai dos 11% aos 6%. Aí aparecem, em ordem decrescente, a ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB), o ex-prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira (PL), o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil) e o deputado federal Danilo Cabral (PSB) - este último correligionário e candidato do atual governador, Paulo Câmara, em aliança com o PT. Convidado por Renata Lo Prete a analisar a disputa no Estado onde nasceu e iniciou sua trajetória no jornalismo, Camarotti dimensiona o desgaste e as chances de reação dos herdeiros políticos de Campos, morto em acidente de avião quando concorria ao Planalto, em 2014. Numa praça em que Lula (PT) tem hoje mais de 40 pontos de vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente “é o grande eleitor” e se conduz de maneira pragmática”: formalmente apoia Cabral, mas permite que a ex-petista use seu nome na campanha.

Eleições: usos e abusos nas redes sociais

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A campanha começa oficialmente nesta terça-feira, mesma data em que o Tribunal Superior Eleitoral troca de comando. Agora sob a presidência do ministro Alexandre de Moraes, o TSE quer se aproveitar da experiência traumática de 2018 para conter a desinformação. Para isso, fechou acordos com diferentes plataformas. Mas, dadas a profusão de conteúdo e a resistência das empresas, o máximo que se consegue é “enxugar gelo”, avalia Pablo Ortellado, coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital e professor da USP. Em conversa com Renata Lo Prete, o colunista do jornal O Globo pondera que ataques entre candidatos sempre existiram. A grande novidade é a ofensiva de um deles contra as regras do jogo. “O elemento mais preocupante são os ataques ao sistema eleitoral”, diz. Na disputa entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) nas redes, importa menos o número individual de seguidores e mais o tamanho do exército de influenciadores a serviço de cada um, avalia o pesquisador. Ele também elenca as plataformas que mais preocupam pelo potencial de disseminação de fake news: WhatsApp (dificuldade de rastreamento das mensagens), Facebook (investiu pouco em transparência) e YouTube (comprometimento ainda frágil com a retirada de conteúdo enganoso).

Combustíveis em queda no mundo

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Pela primeira vez desde fevereiro, quando começou a guerra na Ucrânia, o galão de gasolina ficou abaixo de US$ 4 nos EUA. Reflexo de medidas internas, mas sobretudo do tombo no valor do petróleo no mercado internacional - o barril passou de US$ 120 para menos US$ 100 em questão de semanas. Realidade também na Europa e no Brasil, a inflexão na curva de preços dos derivados tem como pano de fundo “a desaceleração da economia em todo o mundo”, afirma Armando Castelar Pinheiro, pesquisador do FGV-IBRE e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em conversa com Renata Lo Prete, ele analisa o peso da China e de seus gigantescos lockdowns para conter surtos de Covid no quadro de risco de recessão global. E trata do Brasil, onde a equação dos combustíveis passa também, no momento, “pela valorização do real diante do dólar”, além de fatores político-eleitorais. Na semana passada, a Petrobras anunciou novo corte no preço do diesel para as refinarias.

Os significados do 11 de agosto

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No Largo de São Francisco, milhares de pessoas se reuniram ao redor das arcadas da Faculdade de Direito da USP enquanto, lá dentro, eram lidos dois documentos concebidos em resposta à escalada ofensiva de Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral. Um da Federação das Indústrias de São Paulo e outro - a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito" - de professores da própria escola. Acompanhando a manifestação in loco, a produtora e roteirista Isabel Seta registrou para este episódio as palavras mais entoadas nas vozes do estudante Igor, de 18 anos, e da aposentada Maria Aparecida, de 81. Todas as capitais e o Distrito Federal organizaram atos para endossar a carta, que já tem mais de 1 milhão de assinaturas. “Caiu o preço para a elite apoiar a democracia”, diz o sociólogo Celso Rocha de Barros sobre a mensagem contida na presença das lideranças tanto da Fiesp quanto da Febraban na cerimônia. “E subiu o preço do golpe”, completa. Convidado de Renata Lo Prete para tirar o saldo deste 11 de agosto, o colunista do jornal Folha de S. Paulo destaca o caráter suprapartidário do evento, que reuniu desde ex-aliados do atual presidente até organizações historicamente ligadas à esquerda. A carta dos juristas vem à luz 45 anos depois de sua versão inspiradora, escrita durante a ditadura. Mas, avalia Celso, os atos desta quinta-feira se assemelham menos aos de 1977 e mais à campanha das Diretas Já, na década seguinte, quando o regime militar estava em seus estertores. Para ele, o sucesso da iniciativa atual mostra a políticos e militares “que estão em dúvida para que lado o vento vai soprar”. “Dar golpe e fracassar não é bom negócio”, conclui.

Justiça aperta o cerco contra Trump

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A operação realizada por agentes do FBI no endereço do ex-presidente na Flórida joga luz sobre um caso menos comentado que o da invasão do Congresso, porém de maior potencial imediato de dano. O material recolhido em Mar-a-Lago “nem poderia ter deixado a Casa Branca”, diz Guga Chacra, lembrando que, nos EUA, qualquer registro oficial do presidente é considerado bem público e deve permanecer no Arquivo Nacional. Desaparecer com esses documentos pode resultar até em inelegibilidade. Para o comentarista da TV Globo em Nova York, também colunista do jornal O Globo, essa ação inédita dificilmente teria sido autorizada “sem evidência de crime”. Na conversa com Renata Lo Prete, o jornalista recapitula as diferentes apurações em curso contra Donald Trump - em depoimento nesta 4ª feira em Nova York, o ex-presidente invocou a 5ª emenda à Constituição para não responder perguntas sobre suspeitas de fraude em seus negócios privados. Passando da polícia à política, Guga analisa o domínio de Trump sobre o Partido Republicano e o que ameaça rompê-lo. E avalia se o ex-presidente está hoje mais perto da cadeia, do impedimento eleitoral ou de uma nova candidatura à Casa Branca.

TSE e militares: freio de arrumação

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A Justiça Eleitoral vinha reagindo apenas com esclarecimentos e declarações de princípios aos questionamentos infundados de militares, estimulados por Jair Bolsonaro, às urnas eletrônicas. Mas agora decidiu que isso não basta: flagrado espalhando fake news sobre elas, o coronel Ricardo Sant’Anna foi expulso do grupo formado para verificar a programação das máquinas de votar. Em conversa com Renata Lo Prete, o repórter Marcelo Godoy, do jornal O Estado de S. Paulo, explica que as postagens de Sant’Anna ferem o regulamento disciplinar do Exército, o Estatuto do Militar e portaria do Ministério da Defesa. Para Godoy, que cobre a área há muitos anos, não se trata de caso isolado. “Existe larga contaminação das Forças Armadas pelo bolsonarismo”, diz. O episódio conta ainda com a participação de Marina Dias, autora de reportagem na revista Piauí sobre as providências tomadas pelo TSE para salvaguardar a integridade do processo. “Quanto às sugestões dos militares, a Corte considera que tudo o que poderia ser incorporado já foi”, afirma a jornalista. “As respostas foram dadas, são públicas. Os militares insistem porque isso faz parte do jogo de tentar desacreditar.” Marina também analisa a iminente troca de comando no tribunal - na próxima semana, Fachin será sucedido por Alexandre de Moraes.

Eleição: como fica a economia no dia seguinte

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A escalada golpista do presidente da República acordou a sociedade civil para o imperativo de defender as instituições e o sistema de votação. Em paralelo, seis especialistas com larga experiência no setor público lançam agora um documento intitulado “Contribuições para um Governo Democrático e Progressista”. Um de seus autores, Bernard Appy, diz a Renata Lo Prete que a perspectiva de um cenário internacional adverso e a fatura da irresponsabilidade eleitoreira da atual gestão desenham um 2023 “muito desafiador”. Lula, observa o ex-número 2 da Fazenda na administração do petista, “errou” ao qualificar como “herança maldita” o legado do tucano Fernando Henrique Cardoso. Maldita, afirma, será a herança deixada por Jair Bolsonaro. Em resposta, Appy e colegas (os também economistas Persio Arida, Marcelo Medeiros e Francisco Gaetani, o cientista político Sergio Fausto e o advogado Carlos Ari Sundfeld) propõem, entre outras medidas, uma “política fiscal de transição” para os próximos 4 anos, que não abandone de todo o teto de gastos, mas permita um excedente (1% do PIB) a ser destinado a políticas de distribuição de renda e investimentos em ciência e proteção ambiental. No capítulo tributário, uma das ênfases é em mudanças “que estimulem a formalização dos trabalhadores”. O diretor do Centro de Cidadania Fiscal também explica por que o documento será entregue a todos os candidatos ao Planalto menos Bolsonaro: “A defesa do Estado democrático de direito é pressuposto básico” da iniciativa.

Para entender a sucessão em MG

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O atual governador, Romeu Zema (Novo), lidera com folga as pesquisas. Seu único adversário competitivo, Alexandre Kalil (PSD), deixou o segundo mandato como prefeito de Belo Horizonte para concorrer. Ambos sem origem na política tradicional, conhecidos do público e bem-avaliados , eles se enfrentam em um duelo “de caráter local muito forte”, explica o mineiro Bruno Carazza, colunista do jornal Valor Econômico e autor do livro “Dinheiro, Eleições e Poder”. Isso leva, segundo o economista, a uma polarização “de dentro para fora”, ao contrário do que acontece em outros Estados. Zema, que em 2018 surfou a onda bolsonarista, agora procura manter distância da rejeição ao presidente, que se viu obrigado a patrocinar um candidato até aqui inexpressivo (Carlos Viana, do PL) para não ficar sem palanque no segundo maior colégio eleitoral do país. Já Kalil espera contar com a dianteira do aliado Lula no Estado para ao menos levar a disputa com Zema a um segundo turno. Para os dois protagonistas da corrida nacional, há muito em jogo ali: desde a redemocratização, ninguém se elegeu ao Planalto sem vencer em Minas.

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